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Empresário seria mandante da morte do prefeito Ivanildo Paiva

Antônio José Messias, dono de um comércio em Imperatriz e de uma fazenda em Davinópolis, foi preso suspeito de ser um dos mandantes do crime; sete pessoas já estão presas

Daniel Júnior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Antônio José Messias, o sétimo suspeito preso pela morte do prefeito
Antônio José Messias, o sétimo suspeito preso pela morte do prefeito (Antônio José )

Davinópolis – O sétimo suspeito de envolvimento no assassinato do prefeito de Davinópolis, Ivanildo Paiva, foi preso nesta quinta-feira, naquela cidade. Trata-se do empresário Antônio José Messias que seria um dos mandantes do crime, ocorrido no dia 11 de novembro. Segundo o delegado Praxísteles Martins, responsável pela investigação do caso, o crime pode está relacionado com motivações econômicas e políticas.

“O Messias, dono de um comércio em Imperatriz e de uma fazenda em Davinópolis, foi candidato duas vezes a vereador, filiado a uma agremiação que na época integrava uma coligação ligada ao grupo do então prefeito de Davinópolis, Chico do Rádio. Ele concorreu duas vezes e não se elegeu, e continuou a sua vida social e política em Davinópolis. Existem interesses empresariais e políticos, isto não há dúvida alguma”, relatou o delegado.

Denúncia

Ainda segundo o delegado, a prisão de Antônio José Messias aconteceu em cumprimento de um mandato de prisão, com validade de 30 dias. O delegado explicou, também, que a polícia chegou ao empresário, por meio de denúncias anônimas e por depoimento dos outros seis suspeitos de envolvimento no crime que atualmente se encontram presos.

“Nós já havíamos recebido algumas denúncias sobre a participação dele [do empresário] nessa ação criminosa. Já havíamos feito algumas pesquisas e algumas diligências para buscar mais elementos para formar essa convicção da participação dele nesse crime. No entanto, até então, nós não tínhamos conseguido ainda ligar o Messias ao assassinato”, informou o delegado.

Praxísteles Martins explicou, ainda, que com a prisão dos primeiros investigados e após os interrogatórios foram feitas careações e dessas diligências emergiu a participação do Messias. “Um dos investigados apontou o local de um encontro com o Messias. Com isso, na última segunda-feira, 24, fizemos a representação por busca e apreensão e pela prisão temporária do Messias. O juiz plantonista deferiu com o parecer favorável do Ministério Público e na tarde de ontem (quinta-feira) cumprimos as buscas e a ordem de prisão”, explicou o delegado Praxísteles.

Durante as buscas na residência de Antônio José os policiais encontraram vestígios de documentos que comprovavam a participação dele na morte do prefeito de Davinópolis. “Cabe o destaque o fato de que em um dos pontos em que foram realizadas as buscas no dia anterior o investigado havia destruído uma série de documentos, que foram queimados, provavelmente com o intuito de destruir provas que pudessem confirmar ainda mais sua participação no crime”, disse Praxísteles.

Montagem

Na opinião do delegado, esse crime vinha sendo montado há, pelo menos, três meses da morte do prefeito Ivanildo Paiva. Com o propósito de matar o prefeito essas pessoas foram sendo arregimentadas aos poucos e o Messias foi peça fundamental nessa arregimentação. Algumas delas, inclusive captadas por ele, desistiram de participar desse crime e outras aceitaram, até que no dia 10 de novembro o crime foi consumado. “Agora tem um passo importante a ser dado. Algumas informações mantemos em sigilo para que o próximo passo seja frutífero, assim como todos foram até o momento. Acreditamos que em breve fecharemos essa investigação com a prisão do mandante desse assassinato”, finalizou o delegado.

Além da prisão de Antônio José Messias, já haviam sido presos mais outros seis homens por serem suspeitos de participação no crime. Entre eles, estão dois policiais militares, sendo um do Maranhão, lotado em Grajaú, e outro do Pará.

Os presos

Os presos são Antônio José Messias, preso em Davinópolis; Francisco de Assis Bezerra Soares, o Tita, policial militar no Pará, em Dom Elizeu (PA); José Denilton Guimarães, o Boca Rica, mecânico em Imperatriz; Willame Nascimento da Silva, policial militar do Maranhão lotado em Grajaú; Jean Dearlen dos Santos, o Jean Listrado, que segundo as investigações é pistoleiro; Douglas da Silva Barbosa, e Carlos Ramiro Lima Ramos, o Léo. A polícia já cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão nas cidades de Barra do Corda, Grajaú e Imperatriz, Davinópolis, no Maranhão, e Dom Elizeu, no Pará.

Relembre o caso

Após ser sequestrado no sábado, (10 de novembro), o corpo de Ivanildo Paiva, de 57 anos, foi encontrado amarrado na manhã do domingo, dia 11, com perfurações de tiros no peito, na cabeça, braços e costas, em uma área de plantação de eucalipto, no povoado Jussara, zona rural da cidade.

Na época, o delegado Eduardo Galvão informou que a vítima tinha costume de passar os fins de semana em sua chácara, no povoado Jussara, zona rural de Davinópolis. Ainda na tarde do dia em que Ivanildo foi sequestrado, populares e parentes ficaram surpresos com o desaparecimento. A propriedade foi encontrada revirada e com marcas de sangue humano.

Há informações, também, que na tarde de sábado, homens não identificados foram até a residência da vítima e falaram com o caseiro, de nome não revelado. Eles teriam perguntado onde encontrariam terras naquela região para comprar e teriam chegado a pedir informações sobre o paradeiro de Ivanildo Paiva.

Na manhã seguinte, o caseiro não encontrou mais o prefeito e achou marcas de sangue pela residência da chácara. Mais tarde, o prefeito foi encontrado morto com os pés e as mãos amarrados.

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