Ligação

Coreias fazem cerimônia para reconectar país por ferrovias

Sanções contra o Norte apresentam impedimento para que obras tenham início; para o evento, um trem com cerca de cem sul-coreanos a bordo, incluindo autoridades e famílias separadas pela guerra, saiu de Seul

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

SEUL - As duas Coreias fizeram, ontem ( 26), uma cerimônia para reconectar as estradas e ferrovias que ligavam o país antes da guerra , nos anos 50. Mas o evento acabou por ter um caráter mais simbólico: as sanções que pesam sobre Pyongyang impedem o início das obras.

A conexão de estradas e ferrovias faz parte de uma série de medidas que têm como objetivo melhorar os laços bilaterais dos países, conforme o acordo firmado em setembro passado entre o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. Os Estados Unidos, por outro lado, temem que a melhora nas relações entre as duas Coreias prejudique os esforços pela desnuclearização do Norte.

"Há muito a ser feito antes de realmente iniciar a construção (da ligação)", disse o ministro sul-coreano dos Transportes, Kim Hyun-mee, na cidade de Kaesong, do lado norte da fronteira.

O porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação descreveu a data como uma simples "expressão de compromisso", acrescentando que a construção dependeria do "progresso da desnuclearização do Norte e das circunstâncias relativas às sanções".

Já o principal responsável pelo setor de ferrovias de Pyongyang, Kim Yun-hyok, afirmou que o Sul deveria parar de seguir os Estados Unidos em relação às sanções. " Se (o Sul) continuar hesitando, a reunificação nunca acontecerá", disse Kim.

Trem

lPara o evento, um trem com cerca de cem sul-coreanos a bordo, incluindo autoridades e famílias separadas pela guerra, saiu de Seul. O destino era a estação Panmun, na cidade fronteiriça de Kaesong, onde aconteceu a cerimônia. Também estiveram presentes membros da ONU e representantes de Rússia, China e Mongólia.

O trem levava pintado o emblema: "Construamos juntos uma era de paz e de prosperidade. Reconexão da ferrovia e das estradas Sul-Norte".

A realização desse evento foi acertada entre o presidente Moon Jae-in e o líder Kim Jong-un na terceira cúpula intercoreana, que aconteceu em setembro. Antes de sua divisão, em 1948, duas linhas ferroviárias cruzavam a península, pelo leste e pelo oeste.

Seul estimou em 63,4 bilhões de wones (56,6 milhões de dólares) o total de investimentos para o próximo ano, partindo do princípio de que serão necessários cinco anos para concretizar esse projeto.

Um grupo de pelo menos dez manifestantes protestou contra o líder norte-coreano e contra a conexão ferroviária, denunciando que poderá provocar a transformação da península em um regime comunista.

"O Sul acredita que o avanço nos laços coreanos teria um impacto positivo na desnuclearização. No entanto, o Norte deve fazer pressão para que o Sul faça as obras acontecerem mesmo com as sanções", disse Shin Beom-chul, membro do Instituto Asiático para Estudos de Política em Seul.

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