IMPASSE

Divergência na feira da Vila Palmeira gera protesto de feirantes

Comerciantes que atuam na área interna da feira, localizada na Avenida Projetada, reclamam de bancas montadas na extensão da via

MONALISA BENAVENUTO / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27

Um impasse entre feirantes da Vila Palmeira tem gerado manifestações na feira do bairro há 10 dias. De um lado, quem atua na área interna da feira, localizada na Avenida Projetada; de outro, aqueles que precisam dispor suas mercadorias às margens das calçadas da via. Entre ambos, apenas um consentimento: a ausência de fiscalização e atuação efetiva dos órgãos responsáveis na área.

A feira da Vila Palmeira foi reformada há pouco mas de um ano, após diversas reclamações de feirantes e consumidores do bairro. No total, 167 boxes foram disponibilizados para a atuação dos profissionais. No entanto, muitas barracas
permanecem nas calçadas, situadas na extensão da via onde a feira fica localizada.

Para os feirantes que ocupam o interior da feira, essa foi a justificativa para uma manifestação, iniciada há 10 dias. “Nós viemos para a área externa da feira como forma de protesto, porque, enquanto ficamos lá dentro, muitos vendedores permanecem do lado de fora e isso tem prejudicado nossas vendas, porque o consumidor acaba comprando de quem vê primeiro. Isso tem gerado muito prejuízo e muitos débitos para nós”, explicou o feirante José Francisco Ferreira.

De acordo com os manifestantes, há boxes disponíveis no interior da feira que podem ser ocupados pelos feirantes que permanecem na área externa, como contou Francisco Silva Rodrigues. “Tem espaço para todo mundo e, se eles passarem a vender dentro da feira, como todo mun­do, ninguém sai prejudicado, porque mesmo lá fora eles jogam o lixo deles aqui e usam a água daqui”, destacou.

Outro lado
No entanto, segundo aqueles que atuam às margens das calçadas da Avenida Projetada, a situação é um pouco mais delicada. Eles alegam que os boxes disponibilizados têm donos que, para serem usados pelos feirantes, são oferecidas a preços que variam de R$ 500,00 a R$ 1 mil, o que inviabiliza o ingresso dos profissionais para o interior da feira.

“Se tivesse espaço adequado, todo mundo iria lá para dentro. Quem iria preferir ficar aqui fora, ainda mais nesse período de chuva? Mas ninguém tem condição de pagar esse valor por um box. Aqui, eu tiro cerca de R$ 25,00 por dia e é com esse dinheiro que eu compro o pão de cada dia. Por isso a gente fica aqui fora”, contou a vendedora de frutas Solange Melo.

O problema também incomoda os consumidores, que reivindicam a ausência de medidas eficazes por parte administração da feira, como contou Joberdan Melo. “Eu sou nascido e criado aqui. Esse problema sempre existiu porque a administração da feira não atua como deveria. Eu acho que o certo seria a Prefeitura, de alguma forma, administrar o espaço, porque não tem sentido que uma feira pública tenha tantos donos”, destacou.

Para José Raimundo Araújo, feirante que há cerca de três anos vende peixes em uma calçada da via, o impasse perdura há anos e “parece não haver interesse de que seja resolvido”. “Eu já trabalhei dentro da feira, em outro espaço na rua, e, há quase três anos, estou aqui. Em todos esses anos, ninguém se manifestou para resolver realmente esse impasse. Se a gente tiver os espaços adequados para nossas vendas lá dentro, é claro que iremos”, frisou.

Queixa comum
Entre as divergências, o único ponto de acordo refere-se à fiscalização insuficiente “A Blitz Urbana já chegou a vir aqui, mas nada foi resolvido”, reivindicou José Francisco Ferreira. “Eles já vieram aqui, nos tiraram, levaram nossos produtos, mas não procuraram saber a razão de não estarmos lá dentro”, destacou Solange Melo.

Para questionar sobre o problema, O Estado manteve contato com a Prefeitura de São Luís, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno. A administração da feira da Vila Palmeira também foi contactada, sem sucesso.

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