Cúpula

Em abertura do G20, Macri pede ''mesmo senso de urgência'' de 2008

Presidente da Argentina abriu a cúpula, organizada pela primeira vez em um país da América do Sul;A expectativa é que a “guerra comercial” e as preocupações com o crescimento da economia mundial se destaquem entre as principais discussões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é recebido pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é recebido pelo presidente da Argentina, Mauricio Macri (AFP)

BUENOS AIRES - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, disse em discurso de abertura do G20 na sexta-feira (30) que os "desafios globais" pelos quais os países estão passando requerem "soluções globais". "Quero pedir-lhes que atuemos com o mesmo senso de urgência que na cúpula de 2008", afirmou diante dos líderes dos diversos países participantes.

O encontro de líderes do G20 completa 10 anos nesta edição. A primeira aconteceu em 2008, em meio às preocupações causadas pela crise financeira iniciada no mercado imobiliário norte-americano.

"Temos que promover ações baseadas em interesses compartilhados", defendeu ainda o presidente em seu discurso. A Argentina recebe o evento em meio a tentativas de conter a crise financeira que está enfrentando, que levou o país a pedir socorro novamente ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Nestes anos, as mudanças e as circunstâncias sociais, políticas e econômicas em nível global e em nossos países geraram um questionamento sobre os mecanismos multilaterais contemporâneos, incluindo o G20, e surgiram tensões entre nossos países sobre a visão de como encarar individualmente as oportunidades e desafios globais", afirmou Macri.

O presidente argentino também destacou que o país nunca recebeu "tantos líderes ao mesmo tempo, é histórico". Ele ainda destacou o fato de ser a primeira cúpula realizada na América do Sul. "No G20 mais ao Sul que já se organizou, os convido para dar uma mensagem clara ao mundo, de que aqui juntos podemos dar um horizonte de desenvolvimento, unidos na diversidade."

Cúpula do G20

Começou na sexta-feira (30) em Buenos Aires, na Argentina, e termina neste sábado (1º) o encontro das 20 maiores economias do mundo, a cúpula do G20. A expectativa é que a “guerra comercial” e as preocupações com o crescimento da economia mundial se destaquem entre as principais discussões.

A reunião entre Trump e Xi Jinping deve dominar as atenções do evento. Os Estados Unidos vêm impondo tarifas sobre produtos importados de outros países, especialmente da China. O país asiático, por sua vez, vem anunciando taxas extras sobre produtos norte-americanos em retaliação, em um movimento de “guerra comercial” que vem atingindo outros países e gerando preocupações sobre o crescimento global.

A cúpula do G20 deve ser marcada ainda por discussões sobre a necessidade de refirma da OMC, especialmente após o bloqueio pelos Estados Unidos da nomeação de novos juízes para o órgão de apelação da organização. O receio é que o julgamento de conflitos comerciais fique comprometido.

Tradução

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não gostou do sistema de tradução simultânea do espanhol para o inglês usado por ele durante encontro com Maurício Macriem Buenos Aires, na sexta-feira (30). Logo após o presidente da Argentina terminar o discurso, o norte-americano jogou o aparelho no chão e disse ao colega: "Eu entendi você melhor em seu idioma do que a tradução"

No encontro na Casa Rosada, Trump elogiou o presidente da Argentina, sobre quem disse "conhecer muito". "Fiz negócios com sua família, com seu pai, excelente e muito bom amigo meu", disse, segundo o "Clarín". O pai de Macri, Francisco, foi um dos empresários mais ricos do país.

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