Mais Médicos

Governo publica hoje edital com vagas para o Mais Médicos

Ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse ontem que devem ser ofertadas cerca de 8,5 mil vagas para profissionais formados no Brasil; ele afirmou que na semana que vem será aberto edital para médicos que foram formados no exterior

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Gilberto Occhi disse que no edital constará a lista dos municípios onde serão abertas as vagas
Gilberto Occhi disse que no edital constará a lista dos municípios onde serão abertas as vagas (Agência Brasil)

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse ontem que o governo vai publicar hoje (20), no "Diário Oficial da União", edital com cerca de 8,5 mil vagas para o Mais Médicos. As vagas serão abertas, segundo o ministro, para médicos brasileiros e estrangeiros formados no Brasil.

Ainda de acordo com Occhi, o presidente Michel Temer determinou que o país tenha o menor impacto possível com a saída de médicos cubanos do programa. Na semana passada, o governo cubano anunciou que deixaria o Mais Médicos e citou "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro em relação à presença dos médicos cubanos no Brasil.

Occhi disse que, no edital, constará a lista dos municípios onde serão abertas as vagas. Ele discursou em um evento em Brasília, com prefeitos e vereadores, chamado de "Encontro dos Municípios", do qual participou também o presidente Temer.

"Amanhã esse edital estará publicado no 'Diário Oficial da União', inclusive com a vaga de todos os municípios brasileiros, sejam vagas urbanas ou rurais ou distritos indígenas. Queremos algo em torno de 8,5 mil vagas, que serão disponibilizadas para médicos brasileiros e estrangeiros formados no Brasil, com CRM, conforme prevê a lei", afirmou o ministro.

Ele disse que na semana que vem será publicado um novo edital, com as vagas que não foram preenchidas, desta vez aberto também para médicos brasileiros e estrangeiros formados no exterior. Segundo Occhi, os cubanos que quiserem ficar no país poderão participar.

"Na semana que vem, na segunda-feira, publicaremos um segundo edital, em que esses mesmos médicos que não fizeram sua opção pelo município poderão continuar a fazer, agora em companhia de médicos brasileiros formados no exterior e médicos estrangeiros formados no exterior. Todos os médicos, inclusive os cubanos, que poderão optar por permanecer", disse Occhi.

Revalida

O ministro também informou que vem fazendo reuniões com o ministro da Educação, Rossieli Soares, para agilizar o Revalida, exame aplicado para médicos formados no exterior que pretendem exercer a profissão no Brasil.

"Estamos numa reunião, eu e o ministro da Educação, para que possamos encontrar uma forma mais rápida e eficaz de um novo Revalida, para que médicos brasileiros formados no exterior possam exercer com segurança sua profissão aqui no Brasil", completou.

Cubanos

O vice-presidente eleito general Hamilton Mourão afirmou ontem que acredita que "metade" dos cubanos que participam do programa Mais Médicos não voltará para seu país de origem.

O general da reserva do Exército comentou a saída de Cuba do programa durante entrevista em Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete de transição.

O governo do país caribenho citou "referências diretas, depreciativas e ameaçadoras" feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro à presença de cubanos no Brasil.

Segundo Bolsonaro, Cuba não concordou com as exigências feitas por ele para manter os profissionais no programa. Com a saída dos profissionais cubanos do Mais Médicos, cerca de 600 municípios brasileiros podem ficar sem nenhum médico da rede pública a partir do dia 25 de dezembro, segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

Na última sexta-feira (16), o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, disse que vai propor a Jair Bolsonaro chamar médicos formados usando recursos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para substituir os cubanos.

Questionado sobre a solução para repor a saída dos profissionais cubanos, o vice de Jair Bolsonaro afirmou que a logística para saída dos estrangeiros do país é "complicada". Segundo ele, parte dos profissionais deseja permanecer no Brasil. "Posso até ser leviano aqui, mas eu acho que metade não volta [para Cuba] ... Acho que eles gostam do nosso estilo de vida", disse.

Mourão lembrou que Bolsonaro declarou o desejo de conceder asilo aos cubanos que formalizarem o pedido.

O vice-presidente também foi indagado sobre a eventual presença de cubanos "infiltrados" no Mais Médicos. De acordo com ele, "isso fica na linha do possível".

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