Editorial

Crianças e adolescentes vítimas do crime

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Reportagem publicada por O Estado esta semana mostra que crianças e adolescentes da Região Metropolitana de São Luís continuam sendo alvos de empreitadas criminosas. E os números são assustadores. Só nos últimos 10 meses 45 menores foram assassinados, enquanto, no ano passado, ocorreram 72 casos na Ilha, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). A maioria desses casos teve a participação de integrantes de facção criminosa.

A sociedade se revolta e cobra ações das autoridades. Na sexta-feira (9) ocorreu a II Marcha Alanna Lumilla Todos pela Paz, no Maiobão, em Paço do Lumiar em referência a um ano do assassinato de Alanna Ludmilla Borges Pereira, de 10 anos. De acordo com a polícia, ela foi violentada sexualmente, assassinada e teve o seu corpo enterrado sob entulhos no quintal da residência onde morava, no Maiobão, no dia 1º de novembro do ano passado. O principal suspeito desse ato bárbaro foi o ex-padastro da vítima, Robert Serejo Oliveira, de 31 anos, que está preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas.

E as famílias seguem sem solução para o problema. Somente no mês passado, sete adolescentes e crianças foram assassinados de forma bárbara na Ilha, segundo dados da polícia. Um dos últimos casos teve como vítima um adolescente, de 17 anos, na noite do dia 21, no Coroadinho. Ele foi morto a tiros por homens, não identificados.

No dia anterior, a polícia já havia registrado a morte de outro adolescente, de 17 anos, no bairro da Cidade Olímpica. Já na noite do dia 17 de outubro ocorreu a execução de Luís Araújo Santos Chagas Neto, de 15 anos, e Glauberth Fernandes Chagas, de 17 anos, na rua da Cerâmica, no bairro João Paulo. Ainda de acordo com a polícia, dois “faccionados” do Bairro de Fátima são os principais acusados desse duplo homicídio. Eles, ao encontrarem as vítimas nas proximidades de uma obra abandonada na rua da Cerâmica, efetuaram vários tiros.

Os dois adolescentes foram baleados e um deles morreu no local. A outra vítima, alvejada nas costas, foi levada pela ambulância do Samu para o Hospital Socorrão I, no Centro, onde passou por tratamento cirúrgico, mas logo após, veio a falecer.

E os números não param. Na noite do dia 16 de outubro foi assassinado um adolescente, de 12 anos, no São Raimundo. Segundo a polícia, nesse dia ocorreria a festa de aniversário de uma facção criminosa na Ilha e há informes que a morte desse menor teria participação de faccionado. Apenas neste dia, a polícia registrou sete execuções na Região Metropolitana.

No dia 2 do mês passado, Roberth Vilela de Jesus, de 14 anos, foi morto apedrejado ao transitar por uma rua do bairro Cidade Olímpica por homens, não identificados. O corpo do menor ficou ensanguentado e havia marcas de violência na cabeça, incluindo o ouvido. No local, havia pedras e papel e a parede de uma das residências estavam sujos de sangue. O caso está sendo investigando pela equipe da SHPP e há informações de que esse crime teria sido praticado por integrantes de facção criminosa desse bairro. A vítima residia no Residencial Tiradentes.

Um adolescente de 16 anos, foi morto durante confronto entre policiais e faccionados no último dia 10, no Mojó, em São José de Ribamar. A polícia recebeu uma denúncia que havia criminosos instalando o clima de terror nessa localidade, realizando assaltos, comercializando entorpecentes e homicídios.

Houve confronto entre os policiais e bandidos. Durante o tiroteio, além do menor, criminosos foram baleados e morreram ao dar entrada no hospital. Em poder dos bandidos, foram apreendidos uma arma de fogo, um colete balístico com brasão da Polícia Civil, munições, garruchas, maconha, cocaína e produtos oriundos de roubo.

Esse cenário precisa ser transformado urgentemente. Até porque as crianças e adolescentes merecem a garantia de um futuro, longe dos riscos de armas e da criminalidade.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.