Eleições 2018

Disputa por espaços marca pós-eleição no grupo de Flávio Dino

​Menos de um mês após reeleger-se, governador vê aliados já se movimentando por espaços de olho em 2020 e em 2022; principal auxiliar nega divisão e fala em diálogo

Gilberto Léda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
(Flávio Dino)

Menos de um mês depois de ter conseguido a reeleição no 1ª turno, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), já precisa apagar alguns “incêndios” na sua base aliada. A maioria deles provocada por fagulhas de correligionários que, de olho nos próximos passos, começam a procurar ocupar espaços.

Há disputas em várias frentes, mas uma delas já foi equacionada: é o caso da Assembleia Legislativa. Lá, o atual presidente, Otehlino Neto (PCdoB), conseguiu encaminhar sua reeleição. Não sem antes precisar lidar com ofensivas dos deputados eleitos Marcelo Tavares (PSB) e Cleide Coutinho (PDT).

O socialista chegou a convidar alguns parlamentares para discutir uma possível candidatura, mas foi rapidamente neutralizado, o que o fez até repensar a ideia de cumprir seu mandato. De volta à Casa Civil após as eleições, ele deve permanecer na pasta por todo a segunda gestão Dino.

“O Marcelo ficou sem clima aqui na Casa”, contou a O Estado um comunista graduado, ao comentar a adesão de Tavares ao projeto de Othelino.

Cleide Coutinho, por outro lado, desistiu da disputa antes mesmo de reunir possíveis apoiadores. Insuflada por aliados, ela chegou a sondar a expectativa de voto de alguns dos futuros colegas, e desarmou o palanque.

Famem - As discussões, agora, giram em torno da composição do restante da Mesa Diretora, que possui outros oito postos além do de presidente.

Um segundo foco de tensão é a Federação dos Municípios do Maranhão (Famem). O atual presidente, Cleomar Tema (PSB), aliado de primeira hora do governador, tentou antecipar a eleição da entidade – que normalmente ocorre em janeiro – para a semana subsequente ao 1º turno das eleições de 2018.

Prefeitos associados reagiram e impediram a movimentação. Agora, articulam a eleição do prefeito de Igarapé Grande, Erlânio Xavier (PDT), liderança ligada ao deputado federal e senador eleito Weverton Rocha (PDT).

Ciente do problema, Flávio Dino tenta pôr panos quentes, e fala em consenso. Tema pode acabar abrindo para o adversário.


Mais

Outra disputa gira em torno do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA). A próxima vaga a ser aberta, no último ano do segundo mandato de Flávio Dino (PCdoB), será preenchida por indicação do Executivo, e alguns aliados já se movimentam para garantir ascensão ao cargo.


Correlata

Governador mostra incômodo com “candidatos a governador”

Em recente evento de agradecimento pela reeleição, o governador Flávio Dino (PCdoB) externou seu incômodo com as movimentações de aliados. Em discurso a aliados, além da disputa pela Famem, ele citou especificamente o fato de que alguns membros da sua base já começam a pensar na eleição para governador em 2022, quando ele próprio não poderá mais ser candidato.

Segundo Dino, o seu grupo já conta com “meia dúzia” de candidatos a governador.

“Olha deputado [Rogério Cafeteira], sei que aqui estão presentes pelo menos seis pretendentes ao cargo de governador. Seu tio, o ex-governador Epitácio Cafeteira, me disse certa vez, que esse é um caminho que deve ser percorrido com serenidade. Não adianta querer correr como carros de Fórmula 1, porque aí se corre o risco dele capotar e matar seus ocupantes”, disse. Dino não mencionou nomes, mas os mais próximos garantem que o recado tinha pelo menos dois destinos certos: o vice-governador Carlos Barndão (PRB) e o deputado federal e senador eleito Weverton Rocha (PDT).

Apesar das disputas, o secretário de Estado da Comunicação e Assuntos Políticos (Secap), Márcio Jerry (PCdoB), garante que não há divisão.

“Grupo liderado pelo governador Flávio Dino tem unidade firmada em torno de compromissos com o Maranhão. Seguirá unido. Disputas são da essência democrática”, afirmou.

Segundo ele, Dino não interfere nas movimentações políticas dos aliados, preferindo “construir convergências” quando necessário.

“Flávio Dino não manda nos aliados, ele lidera. E o faz com respeito a todos, construindo convergências pelo diálogo. Nosso grupo seguida unido, e cada vez mais forte”, completou.

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