Preservação da história

Casarão onde morou Aluísio Azevedo será vistoriado amanhã

Representantes da Academia Maranhense de Letras e da Vara de Interesses Difusos estarão no local

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Casarão histórico está sendo restaurado
Casarão histórico está sendo restaurado (casarão Aluísio Azevedo)

A reforma do casarão onde residiu Aluísio Azevedo - autor de “O Mulato” - deverá ser inspecionada amanhã (17), a partir das 9h, por representantes da Academia Maranhense de Letras (AML) e da Vara de Interesses Difusos e Coletivos. Na ocasião, os presentes deverão cobrar da responsável legal pelo imóvel os prazos para a conclusão dos serviços e quais reparos foram feitos.

O Estado esteve na tarde de ontem (15) no imóvel e constatou que operários estão na parte interna do casarão realizando reparos. Na lateral da estrutura, é possível ver que grande parte já foi pintada e recebeu retoques, mantendo boa parte da configuração arquitetônica original. Apesar dos reparos na lateral, na fachada frontal não houve alterações substanciais.

A promoção das obras em um dos imóveis mais importantes do acervo ludovicense faz parte de uma sucessão de atos que começou em abril de 2014. Na ocasião, a direção do Instituto Histórico e Geográfico Maranhense (IHGM) denunciou, por meio das redes sociais, que o casarão seria demolido e viraria estacionamento privado. A iniciativa gerou polêmica, em especial entre os intelectuais da história e literatura locais.

Uma das instituições que protestou contrária à medida foi a Academia Maranhense de Letras (AML). Dias após o anúncio da possível demolição do imóvel, o presidente da entidade, Benedito Buzar, emitiu uma nota. No documento, a AML classificou a medida como “um crime de lesa-cultura”. A entidade lembrou ainda que na estrutura, Aluísio Azevedo começou a compor o romance “O Mulato”.

Em abril deste ano, após desentendimentos entre as instituições protetoras da história e a propriedade do imóvel, a direção da AML protocolou uma representação solicitando a reforma do imóvel. Com base nos argumentos da associação, o juiz titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, Douglas de Melo Martins, deu ganho de causa e determinou prazo de até seis meses para a conclusão dos reparos.

Para Benedito Buzar, o término das obras representará um grande legado para a memória maranhense. “Seria um desperdício incalculável perder essa história da cultura do nosso estado. Aluísio Azevedo foi um precursor que merece ter seu nome lembrado por várias gerações. Destruir parte de sua história contribuiria negativamente neste processo”, frisou o presidente da AML.

Para Euges Lima, vice-presidente do IHGM, a luta pela preservação da memória de Aluísio Azevedo foi a medida correta. “Estamos com a clara sensação de que fizemos a coisa certa, lutando pela sua integridade”, afirmou Lima.

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