COLUNA SOCIAL

Pergentino Holanda

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

Debate hoje na Mirante
Todas as atenções dos eleitores indecisos do Maranhão que ainda esperam reavaliar suas posições, estarão voltadas, na noite de hoje, para o debate que será feito pela TV Mirante e que colocará frente a frente os principais candidatos ao Governo do Estado, cujo jogo de perguntas e respostas terá início logo após a novela “Segundo Sol”. Para mediar o debate, a Rede Globo enviou o jornalista Fábio William, experiente profissional da afiliada de Brasília.

O mundo lamenta a morte de uma das maiores lendas da música francesa, Charles Aznavour
O mundo lamenta a morte de uma das maiores lendas da música francesa, Charles Aznavour

Fica a lenda
Se é verdade que a semana que passou terminou triste com a morte de nossa Ângela Maria, esta semana começou ainda mais doída pela morte de uma das maiores lendas da música francesa, Charles Aznavour.
O cantor está morto, mas fica a lenda de um mito construído no palco e conhecido por suas grandes canções como “La Boheme”, “La Mamma” ou “Tome-me”. Ele deixou gravado na pedra o seu compromisso com a Armênia, além de compor músicas para Juliette Greco, Gilbert Bécaud e Edith Piaf, que o apoiou ardentemente e foi um dos seus “quatro pontos cardeais com Charles Trenet, Constantin Stanislavski e Maurice Chevalier”.
“Aznavour se atreveu a cantar o amor como nós sentimos... como nós sofremos”, disse Chevalier, em cujos passos, eventualmente, ele caminhou para os quatro cantos do mundo, tornando-se, por sua vez, o embaixador da música francesa.
Ainda que a música tenha sido a sua grande paixão, Aznavour também trabalhou como ator e compositor.
Bryan Ferry, Elton John, Carole King, Paul Anka, Frank Sinatra, Dean Martin, Sting, Marc Almond, Herbert Gronemeyer, Simone de Oliveira e Laura Pausini são alguns dos artistas não-franceses que gravaram
temas de Aznavour.

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Com uma reputação apoiada por seus 180 milhões de discos vendidos em todo o mundo, mais de 70 anos de carreira, incluindo 40 anos de sucesso e mais de 1400 músicas, ele foi um dos cantores franceses mais conhecidos na França e internacionalmente.
“La Bohemia”, “Take me away” ou “My Emmerdes” estão entre os sucessos lendários de uma carreira iniciada após a Segunda Guerra Mundial.
Como afirmado em um artigo no Journal du Dimanche, sua aura era tal que ele foi aclamado como o “mais importante cantor popular do século 20” pela CNN e Times Online, numa lista que incluia Bob Dylan, Frank Sinatra e Elvis Presley.

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Charles Aznavour era a França, não a de Edith Piaf – realismo, os subúrbios, as crianças do nada – ou a de Maurice Chevalier ou Charles Trenet.
Aznavour era a França, o charme, o romance sexy, e uma espécie de equilíbrio, leveza constante introvertido entre Norte e Sul extravagante. Ele também era o ídolo de uma nova geração nascida da imigração.
Em termos de miscigenação musical, Charles Aznavour foi um precursor. “Estou interessado em todos os estilos de música, tenho orgulho de ter sido o primeiro a fazer na França. É por isso que tive sucesso nos países do
Magreb, judeus e russos.”
Mais de setenta anos de carreira, mais de quarenta anos de sucesso, mais de 1.400 canções, incluindo uma centena de antologias, seis idiomas cantados, milhares de concertos em oitenta e dois países, salas sofisticadas, salões de música, galas chiques. Carnegie Hall, em Nova York,
Albert Hall, em Londres.

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A universalidade de Aznavour deve a suas palavras, direitos, usados com precisão cirúrgica. Tantas línguas, datas, filmes, lugares, tanto, porque é inevitável que seja assim, a história comum dos homens é vasta.
A de Charles Aznavour também é comum: ele é só mais um francês que veio do mundo (como os cantores Montand, italiano; Brel, belga; Moustaki, grego de Alexandria; Dalida, italiana do Cairo). Filho de viajantes, da imigração, como a modernidade chama a uma das mais vulgares atividades humanas. Com este acréscimo, também vulgar: ele é dos imigrantes que se confundiram com a nova pátria e a enriqueceram.
Sim, Charles Aznavour, o amante modesto e orgulhoso que escreveu: “Você deve saber como deixar a mesa / Quando o amor é servido / Sem apego ao ar piedoso”, também era um brilho de vida.

Choque dos extremos
Na história das campanhas presidenciais brasileiras não há registro de outra com tanta radicalização como a atual.
A de 1955 ocorreu sob impacto do suicídio de Getúlio Vargas e a pressão incessante da União Democrática Nacional, sob comando de Carlos Lacerda, que pretendia chegar ao poder.
Mesmo assim, não tem comparação com o que acontece hoje.

Problema surgiu depois
Garantida pelas tropas do Exército, a eleição presidencial se realizou em 3 de outubro de 1955 e a apuração
levou duas semanas.
Logo após a divulgação do resultado, a União Democrática Nacional e seus aliados deram início a uma batalha no Judiciário para anular as escolhas e impedir a proclamação
dos candidatos eleitos.
Os derrotados por Juscelino Kubitschek, ao mesmo tempo, passaram a defender abertamente um golpe militar.

TRIVIAL VARIADO

Diretores de institutos de pesquisa encaminham o que se pode considerar requerimento de habeas corpus preventivo. Declaram que “ainda poderá haver surpresa na eleição presidencial”. Se as previsões errarem, como já ocorreu em outras vezes, apelarão à célebre frase: errar é humano.

Vem aí a terceira edição do projeto literário do escritor Wilson Marques “Caravana – Passeios pela História e Cultura do Maranhão”; que será lançado nessa quinta-feira às 19h na sede da Livraria do Autor Maranhense/AMEI, no São Luís Shopping.

Maior liga de basquete do mundo, a NBA vai lançar, nesta temporada, uma nova modalidade de pay-per-view. Pelo equivalente a R$ 8, os fãs poderão assistir, em tempo real, somente ao último quarto das partidas.

Daniela e Alfredinho Duailibe passaram o último fim de semana em São Paulo, especialmente para ver e aplaudir o grande cantor italiano Andrea Bocelli, atualmente em excursão pelo Brasil. Hoje, o casal regressa a São Luís.

Na reportagem do fim de semana no PH Revista sobre o aniversário do juiz de Direito Rogério Rondon, saiu como se ele ainda fosse lotado em Codó. Na verdade, há um ano ele foi promovido para juiz da Capital.

Falta a resposta: os candidatos à Presidência da República ocultam o que é inconveniente. Por exemplo: o eleito não governará sem compor maioria no Congresso. Há tempo para que respondam à pergunta: vão se submeter às regras do toma lá dá cá, conhecidas há muito tempo?

Não deve ser tão ruim conviver com os cofres quase vazios: dos 27 governadores, 20 concorrem à reeleição.

O MDB, que mantém a condição de maior bancada no Senado há 17 anos, pretende consolidar essa posição em 2019 ou até superá-la. O partido contabiliza somar 18 senadores, podendo chegar a 20. E nesse cálculo conta com a reeleição de Edison Lobão, no Maranhão.

Em tempo: no Senado, assim como na Câmara, o regimento interno prevê que a maior bancada preside a Casa.

O primeiro Código Eleitoral brasileiro surgiu em 1932, garantindo os votos feminino e secreto. Teve a participação decisiva de Assis Brasil. Seguiram-se outros quatro: em 1935, 1945, 1950 e 1965. Bastava soprar novo vento institucional que vinham mudanças.

As rotatórias das avenidas de São Luís não atrai mais candidatos como em campanhas anteriores. Ontem, apenas bandeiras, sendo quase todas levadas por pessoas pagas.

Os candidatos vitoriosos deveriam acrescentar um compromisso no ato de diplomação: declarar que o poder é como uma sala de cirurgia, não admite a menor contaminação.

DE RELANCE

Eles querem continuar...
Nada menos do que seis senadores decidiram mirar “para baixo” nas eleições do próximo dia 7. Em vez de concorrer à reeleição no Senado Federal, se lançaram a uma vaga na Câmara dos Deputados. Entre os nomes mais conhecidos desses parlamentares, estão Aécio Neves (PSDB-MG), segundo colocado na disputa presidencial de 2014, José Agripino Maia (DEM-RN), senador desde 1987, e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do partido. São parlamentares se viram envolvidos em escândalos de corrupção, julgados ou não, mas que mancharam suas eleições e
pretensões políticas.

Parte de uma estratégia
Estudiosos da política, lembram que isso está acontecendo com caciques dos partidos, não com qualquer um. Por isso pode-se falar em um rebaixamento. O Senado é a casa dos caciques, razão pela qual lá os concorrentes rodam menos do que na Câmara. E há uma característica da disputa decisiva para essa escolha. Ao olhar para a Câmara, vê-se que para muitas vagas se exige muito menos votos. No Senado, o cargo é majoritário, então você tem de ganhar dos outros concorrentes. Tentar um cargo proporcional é parte de uma estratégia tanto deles para se manterem na vida pública, quanto dos partidos para não se mancharem também.

Um lado da moeda
Em outubro do ano passado, o OAB de São Paulo abriu debate, perguntando: presos podem dar entrevista para veículos de Imprensa? Walter Vieira Ceneviva, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa da OAB/SP respondeu: “No Estado Democrático de Direito, a informação é a matéria-prima fundamental para que o eleitor possa votar. É a partir do fluxo livre de informações que a Democracia e a civilização podem funcionar e evoluir.” Depois de uma longa exposição, conclui: “Portanto, sim, presos podem dar entrevistas para veículos de imprensa.”

O outro lado da moeda
Euro Bento Maciel Filho, professor de Direito Penal e vice-presidente da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB/SP, afirmou: “Aquele que entra no nosso falido sistema carcerário sabe, de antemão, que diversos dos direitos que possuía do lado de fora dos muros de um presídio são, de uma hora para outra, simplesmente perdidos”. Adiante, acrescenta: “Em situações especialíssimas, certas exceções podem ser admitidas, desde que precedidas de
expressa autorização do Poder Público.”

Volta da censura
Na sexta-feira, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, autorizou o ex-presidente Lula a dar uma entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. No dia seguinte, seu colega Luiz Fux revogou a decisão e impôs censura prévia para que nenhuma eventual entrevista já concedida por Lula seja publicada até análise definitiva do tema. Se o STF passa ao país a ideia de confusão e traz à memória o período danoso da censura no País, é o Poder Judiciário que fica vulnerável aos olhos dos brasileiros. Até prova em contrário fica a triste impressão de o Brasil passará a ser conhecido como o país que um dia teve um grande futuro em seu passado.

Em silêncio
As pesquisas do Ministério da Educação têm comprovado o decréscimo da qualidade do ensino público. Nenhum candidato ao governo do Estado e à Presidência da República apresentou proposta consistente para reverter a situação, que condena mais uma geração ao desconhecimento e à falta de habilitação para o mercado de trabalho. Outro tema que não entrou no radar dos candidatos: os incentivos fiscais a indústrias ineficientes, circunstância que se une a tantos outros desperdícios do dinheiro público. Economistas e administradores estrangeiros estranham a inexistência no Brasil de um filtro para controlar tantos benefícios.

Só desligando a TV
O período da propaganda eleitoral obrigatória em rádio e TV terminará na quinta-feira. A radiografia tem sido esta: um candidato gritando contra o governo; um minuto depois, outro elogiando para, em seguida, sem qualquer explicação ao ouvinte ou ao telespectador, surgir uma mensagem mais agressiva ainda. A alternativa, mostram as pesquisas, é desligar os aparelhos.

Para escrever na pedra:
“Uma pessoa que é boa com você, mas grosseira com o garçom, não pode ser uma boa pessoa”. De Luis Fernando Veríssimo.

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