Saúde

Morte de idosa em frente a hospital desmonta discurso de melhoria na Saúde

Hilda Ferreira Barbosa, de 65 anos de idade, que fazia tratamento de hemodiálise em São Luís, morreu em frente ao Hospital Macrorregional de Pinheiro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28
Hilda Barbosa já havia participado de um protesto pela inauguração do centro de hemodiálise em Pinheiro
Hilda Barbosa já havia participado de um protesto pela inauguração do centro de hemodiálise em Pinheiro (Hilda)

A morte da idosa Hilda Ferreira Barbosa, de 65 anos, ocorrida em frente ao Hospital Macrorregional Dr. Jackson Lago, na cidade Pinheiro na última quinta-feira, desconstruiu o discurso do Governo do Maranhão de investimentos em centros de hemodiálise no estado.

A idosa se submetia a tratamento de hemodiálise semanalmente em São Luís. Ela era obrigada a viajar por mais de 8 horas por dia, três vezes por semana, para ter acesso ao tratamento de saúde.

A morte de Hilda Ferreira Barbosa e a não inauguração dos centros de hemodiálise nas regionais do interior do estado foi tema de reportagem na edição de quinta-feira do Jornal Hoje, da TV Globo.

O trágico caso, mais um relacionado ao sofrimento enfrentado por pacientes em tratamento de hemodiálise no Maranhão, desmontam o discurso do Governo do Estado de investimentos no setor.

Em agosto do ano passado, na ocasião da vistoria do Executivo Estadual a obra de uma unidade para tratamento de hemodiálise na capital, os secretários de Estado de Saúde e de Infraestrutura, Carlos Lula e Clayton Noleto, respectivamente, prometeram a inauguração de Centros de Nefrologia e Hemodiálise em São Luís, Pinheiro e São José de Ribamar, para até dezembro de 2017.

Na oportunidade, Lula assegurou que a peregrinação de pacientes do interior do estado para a capital, iria acabar. Até o momento, contudo, a promessa não foi cumprida.

“Muitas vezes os pacientes renais crônicos ocupam leitos de UTI para poder fazer o procedimento de diálise. Ao ampliar o número de centros, abrimos vaga no leito de UTI e acabamos com a peregrinação dos pacientes do interior para a capital”, prometeu na ocasião, o secretário Carlos Lula.

Se esquivou - O governador Flávio Dino, candidato à reeleição pelo PCdoB, também já se posicionou sobre o tema.

No início do mês, em entrevista concedida ao vivo ao JMTV 1ª edição, da TV Mirante, o comunista tentou se esquivar da responsabilidade de colocar os centros de hemodiálise em funcionamento, fazendo uma relação com o problema nas gestões passadas.

"Sempre faltou. Câncer: quantos pontos de radioterapia havia no Maranhão? Somente um. E nós botamos tratamento contra o câncer em Caxias e no caso da hemodiálise, nós estamos ampliando. Por exemplo em Chapadinha já começou a funcionar, em Pinheiro vai começar a funcionar. (…) Existem problemas? Claro que existem e eu não escondo problemas. O que eu discordo é que vocês e outros tantos só tenham enxergado problemas agora, mas estamos corrigindo os problemas que encontramos. Esses três anos de governo foram para corrigir esses problemas e estamos corrigindo”, disse.

OUTRO LADO

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) se posicionou na sexta-feira sobre a morte da idosa, paciente de hemodiálise. Na nota, a pasta volta a prometer a inauguração do centro de hemodiálise de Pinheiro, para até o fim deste mês.

Abaixo, a íntegra do posicionamento da SES.


"A Secretaria de Estado da Saúde (SES) lamenta a morte da paciente que estava em tratamento em São Luís e informa que a mesma foi orientada a permanecer na capital por recomendação médica. A SES esclarece, ainda, que:

1. A equipe do Hospital Macrorregional de Pinheiro prestou toda a assistência à paciente. Inclusive, um médico da unidade entrou no microônibus para realizar o primeiro socorro, e, em seguida, a paciente foi submetida aos procedimentos clínicos exigidos neste caso, dentro do hospital;

2. O serviço de hemodiálise de Pinheiro será inaugurado ainda em setembro e funcionará dentro do Hospital Macrorregional;

3. Como parte da expansão do serviço de hemodiálise no interior do estado, deu-se início ao atendimento dos pacientes crônicos renais na cidade de Chapadinha esta semana e, em janeiro, o município de Balsas também contará com o serviço."

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