Uma fuga e, ao mesmo tempo, um recomeço. Foi o que buscou a venezuelana Rosa Elena Pascal, de 33 anos, que há pelo menos três anos está na capital, São Luís, após deixar o país natal, assolado por uma grande crise financeira. Nascida na cidade de Monagas – a aproximadamente 440 quilômetros da capital Caracas – Rosa está na Ilha com os dois filhos vivendo em uma pequena quitinete no bairro Sol e Mar e ganha uma renda pela arte. Ela é uma das artistas de rua vistas atualmente nos retornos de ruas e avenidas da cidade.
O Estado registrou a arte da Elena ontem (16) na avenida Colares Moreira, no Renascença. Sua rotina começa cedo, por volta das 7h. A cada apresentação, em média, Elena recebe entre R$ 0,50 e R$ 1,00. “Com este troco, dá para comprar uma comida para meus filhos”, disse. Sobre a forma que escolheu para viver, Elena não se vê excluída da sociedade. Para ela, trata-se de uma atividade como outra qualquer. “Eu sei fazer isso e gosto disso.
Ela contou ainda que exercia a função de técnica de informática na Venezuela. Mesmo com habilitação técnica, à época, ganhava um salário equivalente a R$ 150,00. “Era muito pouco, tenho até vergonha de falar. Mas é a realidade de nosso país”, disse. Rosa Elena conta ainda que a retração financeira dificulta, por exemplo, a aquisição de itens da cesta básica no país. “Há dias em que o arroz por lá custa dois reais. E no dia seguinte, custa dez reais. Fica muito difícil viver em um país assim”, afirmou.
Questionada se pensa em voltar para o país natal, a agora artista de rua foi direta. “Não, por enquanto não tenho a menor vontade. O pai dos meus filhos é venezuelano, mora no país. Ainda nos falamos, e pelo que ele conta, não há porque razão voltar”, disse.
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