Comemorado no dia 5 de setembro, o Dia da Raça foi marcado na capital maranhense por um grande e animado desfile no bairro Cohatrac, do qual quatro escolas participaram. Um grande público lotou as avenidas Contorno Norte e Sul, por onde passou o desfile, na manhã de ontem. Os alunos levaram para a rua cartazes que expressaram reivindicações por respeito, não só pela questão racial, mas também sobre democracia e igualdade social, além de permear questões que envolvem cultura, saúde e educação. Das quatro escolas participantes, apenas uma integra o sistema público de ensino.

Frente às edições anteriores do tradicional desfile cívico realizado no Dia da Raça, a quantidade de escolas que participaram este ano do movimento no bairro Cohatrac caiu para quatro. Mas a quantidade de pelotões nem chegou perto do tamanho da animação do público, que participou, direta ou indiretamente, assistindo ou desfilando e exibindo o sentimento de nacionalismo e patriotismo.

“Está tudo muito bonito, mas pena que parece estar se perdendo, porque só quatro escolas estão participando. Antigamente, mais de 10 participavam e abrilhantavam mais ainda o momento”, destacou a aposentada Maria do Carmo da Silva, de 64 anos.

Várias encenações artísticas, enfeites e representações compuseram o belo desfile, que, mais uma vez, por mais um ano, foi considerado um sucesso - principalmente porque não desistiu de manter vivo o ato cívico, já pouco valorizado, seja por escolas que não querem mais se integrar à data, ou mesmo pelo poder público, que, em nível estadual, extinguiu, desde 2015, o maior desfile em comemoração ao Dia da Raça, que compreendia toda a capital e se realizava na Avenida Vitorino Freire (Areinha), anualmente.

“Essa data é muito importante para que os próprios alunos/participantes enxergue a necessidade de manter viva essa tradição, para que ela possa se perpetuar por muitas outras gerações”, disse a vendedora Andrea Mendes, que assistia ao desfile.

Tradição
Há 20 anos o desfile estudantil do Cohatrac acontece. O desfile tem um significado para a comunidade e para os organizadores, como elencou a diretora de uma das escolas participantes e organizadora do evento, Socorro Matos. “São 20 anos que estou à frente da organização. Consentir a importância de fazermos esse desfile é manter uma tradição cívico cultural. Achamos que é dever nosso, enquanto educadores, mantermos essa tradição. Costumo dizer que estamos trabalhan­do cidadania, amor à pátria, quando ao som da banda e do hino nacional nos aflora um amor que deve ser cultivado, na escola, em um momento como esse”, frisou. “Estamos vendo uma sociedade vazia, que não tem amor e nem respeito à pátria. Por isso, é muito importante zelar por esse momento de civismo”.

O momento, inclusive, serve para a educação de crianças e adolescentes que participaram do momento, como contou a estudante Alcicleia Costa. “Esse momento é extremamente essencial para alimentar a cultura e fomentar a educação das nossas crianças, trazendo um mundo de ensinamentos que ficou no passado, mas que deve seguir junto de cada um para o futuro”.

SAIBA MAIS

Em horário de pico e num bairro movimentado como é o Cohatrac/Cohab, o apoio de forças policiais e de trânsito foi imprescindível para que o desfile transcorresse bem e sem nenhuma ocorrência. O trânsito teve que ser alterado no momento em que as escolas passaram pelas duas avenidas, durante quase 3 horas.

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