Eleições

Sabatina: Odívio aponta vínculos precários de professores do Estado

Candidato do PSOL afirmou que 40% dos professores da rede estadual, todos contratados, recebem salários inferiores e não têm estruturas nas escolas; ele também afirmou que o Escola Digna está desviurtuado

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Odívio Neto foi o segundo entrevistado do programa Sabatina O Estado
Odívio Neto foi o segundo entrevistado do programa Sabatina O Estado (Sabatina O Estado)

O candidato ao Governo do Maranhão pela coligação “Sem Medo de Mudar o Maranhão”, Odívio Neto (PSOL), afirmou ontem à bancada do programa Sabatina O Estado, que o Executivo Estadual mantém vínculos precários com 40% dos professores da rede pública de ensino.

Odívio também desqualificou a propaganda do Governo que aponta o professor maranhense com beneficiário do maior salário pago à categoria no país e afirmou que o programa “Escola Digna” foi desvirtuado no governo Flávio Dino (PCdoB).

Odívio Neto foi entrevistado pelos jornalistas Marco Aurélio D’Eça, editor de Política de O Estado; Gilberto Léda, repórter de Política de O Estado e Linhares Júnior, do portal Imirante.com. Na edição de hoje o entrevistado será o senador Roberto Rocha, candidato ao Governo pelo PSDB.

De acordo com o candidato do PSOL, boa parte dos professores da rede pública estadual sofre com a precarização do vínculo com o Estado. Ele apontou salários inferiores em relação aos professores concursados, falta de estrutura das escolas e pouco tempo para o planejamento de aulas. O reflexo, segundo Odívio, está no desempenho dos estudantes de escolas públicas.

“Os professores contratados têm vínculos precarizados. Recebem salário inferior, com estrutura defasada das escolas e sem condições mínimas para preparar uma aula. Em média, 40% dos professores se encontram nesta situação, que é precária”, disse.

Ele desconstruiu a versão de que o professor da rede estadual recebe o maior salário do Brasil e revelou que muitos profissionais precisam acumular até duas matrículas para alcançar um salário razoável.

O programa Escola Digna está desvirtuado. Tinha por objetivo central substituir as escolas de taipa em todo o Maranhão e hoje se limita a pintar fachadas das escolasOdívio Neto, candidato ao Governo pelo PSOL
“Apenas 20% de todos os professores, com carga integral de 40 horas, recebem um salário digno. Os demais correm de um lugar para outro para obter um salário melhor. O professor do Maranhão não tem um salário digno para viver de uma só matrícula. Ele tem de correr de uma escola para outra para sobreviver”, completou.

A exemplo do que já havia falado Ramon Zapata, no programa de segunda-feira, Odívio Neto também criticou o programa ‘Escola Digna’. Para ele, a natureza do projeto foi desvirtuado para benefício político.

“O programa Escola Digna está desvirtuado. O programa tinha por objetivo centra substituir as escolas de taipa em todo o Maranhão. Hoje se limita a pintar as fachadas das escolas. Ou seja, estpa completamente desvirtuado. É preciso estruturas as nossas escolas e não somente investir em propaganda”, enfatizou.

Odívio Neto também discutiu temas como Segurança Pública, Infraestrutura e Economia. Ele falou da necessidade de investimento e conservação das rodovias estaduais; redução da população carcerária do estado; construção de pequenos presídios no interior do estado para que haja a diminuição da “pressão” no Complexo Penitenciário de Pedrinhas e prometeu, se eleito, acabar com a isenção fiscal a grandes empresas que atuam no Maranhão.

O candidato também prometeu criar um “banco popular” para financiar o pequeno negócio do empreendedor maranhense, com a redução da burocracia para a aquisição de linhas de crédito e taxas reduzidas.

O QUE DISSE ODÍVIO NETTO E QUAL A REALIDADE DOS FATOS?

O Estado checou dados e confrontou informações do candidato a governador para chegar à verdade dos fatos em relação aos principais pontos debatidos durante a sabatina

EDUCAÇÃO

Percentual de professores que trabalham na rede estadual de ensino de forma precária, por contrato?

Odívio Netto: 40% dos professores da rede estadual de ensino são contratados, ou seja, não passaram por serviço público.

Fato: os dados apresentados pelo candidato não foram contestados pelo Secretaria Estadual de Educação (Seduc) quando questionada a respeito dos contratados.

Salário de professores efetivos e contratados:

Odívio Neto: Professores contratados ganham menos que os concursados.

Fato: Verdade. O edital do último processo seletivo prevê salário de R$ 1.228,00 por 20h semanais; Um professor efetivo recebe R$ 2.875,41 pelas mesmas 20 horas semanais

SECRETÁRIOS SEM GRAU TÉCNICO NA ÁREA DE ATUAÇÃO

Odívio Netto: Há secretários que ocupam espaço no primeiro escalão por questões políticas.

Fato: Verdade. O secretário de Comunicação, Ednaldo Neves, é empresário. O secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto, é comerciante e o secretário de Saúde, Carlos Lula, é advogado.

DIFERENÇA ENTRE PIB E RENDA PER CAPTA

Odívio Netto: Maranhão ocupa a 17ª posição no ranking do Produto Interno Bruto (PIB). Quanto à renda per capta (por cada habitante) o estado é o último da federação.

Fato: Verdade. O Maranhão tem um PIB de R$78 bilhões. Já quando se trata a média de renda por habitante, o estado é o que tem o menor sendo R$ 517,00 por cada maranhense.

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