DESCASO

Feira da Cidade Operária ainda padece com descaso estrutural

Mercado sofre com sujeira por toda a sua extensão; urubus se amontoam na lixeira do prédio; feirantes têm prejuízos, porque fregueses se esquivam do local por causa do esgoto exposto e acúmulo de lixo

IGOR LINHARES / O ESTADO

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

[e-s001]Lixo, muita sujeira e mau cheiro. Esta é a recepção oferecida pela feira da Cidade Operária aos consumidores que vão em busca de produtos essenciais para o consumo. Feirantes reclamam da situação e dizem ter prejuízo por causa da situação estrutural. Local precisa de reforma urgentemente.

Se comprar na feira da Cidade Operária tem sido uma situação complicada para os consumidores, por causa do descaso e da insalubridade, imaginem para os feirantes, que garantem o sustento às suas famílias a partir das vendas. E assim tem sido a vida de cada um deles, que, sem previsão da reforma que esperam há anos, precisaram se adaptar à sujeira para sobreviverem, o que, infelizmente, tem sido difícil quando os lucros seguem em declínio.

“A situação é precária. O freguês vem, olha essa sujeira e vai embora. Precisa de uma limpeza. A estrutura aqui é muito ruim. Os feirantes que vendem peixe têm muito prejuízo”, declarou o feirante Raimundo Nonato Torres, de 56 anos.
A lixeira da feira, que fica instalada à frente do prédio, tem sido o espaço ideal para os urubus, que tomam conta do local. Não bastasse isso, o chorume também escorre pela calçada, exalando o mau cheiro por toda a extensão da feira. Por causa do cenário, quem se depara com tal realidade prefere não arriscar e hesita em comprar qualquer produto da feira.

[e-s001]Além disso, ainda existe o problema da ocupação desordenada do entorno. Hoje, todas as ruas laterais, e até as mais distantes, estão ocupadas por feirantes, que saíram de dentro do mercado coberto, justamente por falta de estrutura. Fora do mercado, os feirantes submetem-se a conviver com o esgoto que escorre pela sarjeta, por baixo das bancas de frutas, verduras, peixe e camarão. “Falta organização. Quem deveria cuidar não cuida. Deveria existir um lugar apropriado para abrigar os feirantes. A feira não tem estrutura e precisa de uma reforma”, frisou o comerciante Sandro Lindoso, de 47 anos.
Presença de insetos e animais que vão além dos urubus que se amontoam na lixeira também fazem parte de um ambiente que deveria estar conservado, principalmente por ser um espaço de venda de alimentos a serem de consumo humano.

Realidade
Mesmo enxergando a necessidade de reforma da feira, o Governo do Maranhão ainda se omite diante da realidade de muitos feirantes, que ganham a vida a partir do trabalho que exercem na Feira da Cidade Operária. Porém, muitos deles estão tendo prejuízos com suas mercadorias, porque os consumidores, com medo da qualidade dos produtos, expostos a um ambiente insalubre, não estão indo mais às compras no local. Feirantes afirmam que já houve licitação (Concorrência Pública nº 007/2018 Sinfra), desde 29 de maio deste ano, para a contratação de empresa para a realização da obra, mas até agora nada foi feito.

[e-s001]A Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra) e da Agricultura Pecuária e Pesca (Sagrima) informou, em nota, que a obra de reforma do mercado da Cidade Operária segue o cronograma determinado e está em fase de mobilização da empresa, sendo realizado em paralelo um trabalho de orientação aos feirantes, ocupantes, população e demais usuários da feira onde se dará a obra. Entre os serviços contemplados na reestruturação do espaço estão a recuperação da cobertura, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias, pavimentação e pintura. Para atender à demanda dos feirantes e consumidores da feira da Cidade Operária, será instalado um escritório de atendimento da Sagrima.

SAIBA MAIS

Em dezembro de 2015, a Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís determinou ao Governo do Estado do Maranhão um prazo de 30 dias para divulgar o programa e o cronograma de reforma da feira da Cidade Operária. Na sentença, ficou determinada, também, ao Estado a previsão, no orçamento de 2016, da verba necessária para a devida reforma.
À época, em caso de descumprimento, a multa diária cobrada era no valor de R$ 2 mil. O resultado da sentença foi divulgado após um grupo de feirantes, liderados pelo deputado Adriano Sarney, realizar uma visita ao juiz e expor todos os problemas vivenciados.

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