Reaproximação

Coreia do Norte e Coreia do Sul anunciam nova reunião de cúpula

Encontro entre líderes dos dois países será realizado em setembro na capital norte-coreana

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

SEUL - Coreia do Sul e Coreia do Norte anunciaram, ontem, que realizarão uma nova cúpula presidencial em Pyongyang em setembro, em mais um passo do degelo entre os dois países. A data ainda será anunciada. O anúncio ocorre quando especialistas americanos põem em dúvida a intenção dos norte-coreanos de pôr fim a seu programa nuclear militar, como prometido no comunicado da cúpula de Cingapura, em junho, entre o presidente americano Donald Trump e o ditador norte-coreano Kim Jong-un.

A cúpula intercoreana será a terceira reunião deste ano entre Kim e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que desde sua eleição, em maio de 2017, tem sido o grande impulsionador da reaproximação com o Norte. Kim e Moon se encontraram pela primeira vez em abril em Panmunjom, na zona desmilitarizada entre os dois países, depois de mais de um ano de tensão crescente e de temores de guerra devido ao desenvolvimento pela Coreia do Norte de armas nucleares e mísseis balísticos.

Nesse primeiro encontro, ambos a princípio combinaram que Moon visitaria Pyongyang, a capital norte-coreana, no segundo semestre deste ano, mas os dois líderes voltaram a se encontrar em maio para uma reunião sem aviso prévio em Panmunjom.

Nenhum detalhe da pauta das conversas do mês que vem foi anunciado, mas as duas Coreias vêm debatendo uma série de temas, que abrangem desde uma possível declaração de paz a projetos conjuntos de economia e infraestrutura. A Guerra da Coreia (1950-1953), que selou a divisão da Península Coreana entre o Sul capitalista e o Norte comunista, terminou com um armistício, sem um acordo de paz definitivo.

O progresso entre as duas Coreias coincide com um momento em que a Coreia do Norte e os Estados Unidos enfrentam dificuldades para acordar como levar a cabo a desnuclearização norte-coreana prometida por Kim na cúpula de Cingapura.

Autoridades dos EUA disseram à Reuters que a Coreia do Norte ainda não acertou um cronograma para a eliminação de seu arsenal nuclear ou para revelar seu tamanho, que os EUA estimam ser de 30 a 60 ogivas atômicas.

Depois das conversas de ontem, Ri Son Gwon, presidente de um comitê norte-coreano que visa a "reunificação pacífica" da península, disse ao seu homólogo sul-coreano, o ministro da Unificação Cho Myoung-gyon, que é importante remover "obstáculos" que impedem o avanço das relações intercoreanas.

"Se as questões que foram mencionadas nas conversas não forem resolvidas, problemas inesperados podem surgir, e as questões que já estão na pauta podem enfrentar dificuldades", disse Ri, sem entrar em detalhes.

Um dos temas que revoltaram Pyongyang recentemente foi o caso de uma dezena de funcionários de um restaurante norte-coreano que foram para a Coreia do Sul em 2016 passando pela China.

A Coreia do Norte diz que eles foram sequestrados pela Coreia do Sul e deveriam ser devolvidos, insinuando a possibilidade de a questão representar um obstáculo para o reencontro de algumas famílias divididas pela Guerra da Coreia, programado para a próxima semana.

o ministro sul-coreano Cho não disse se a Coreia do Norte abordou nesta segunda-feira o caso dos funcionários do restaurante, comentando apenas que o país vizinho não levantou assuntos novos.


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