Chuvas não param

Corpo de Bombeiros prevê redução no número de queimadas no MA

Fortes chuvas que ocorreram no início do ano, e que se estendem em baixa intensidade até os dias atuais é o fator preponderante para a diminuição desse impacto ambiental, que foi intenso em 2017, principalmente no interior

Daniel Júnior / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

Devido às fortes chuvas no Maranhão nos primeiros meses deste ano, e que se estendem em baixa intensidade até os dias atuais, o Corpo de Bombeiros prevê redução no número de focos de queimadas neste segundo semestre, em comparação com o mesmo período de 2017, quando o problema se agravou, principalmente no interior do estado. O órgão destacou ainda que, na estação da estiagem do ano anterior (no segundo semestre), o telefone de emergência 193 recebia, em média, 30 chamadas por dia, para atender ocorrências desse tipo em São Luís e região metropolitana.

“Tradicionalmente, o segundo semestre é de estiagem em todo o Maranhão. Já este ano, percebemos que o volume de chuvas foi tão intenso que ainda chove em agosto, mesmo que em baixa intensidade. Em razão disso, a vegetação está úmida, o que dificulta a propagação do fogo. Porém, a população deve ficar atenta para não fazer queimadas, pois, além de causar impactos ao meio ambiente, são nocivas à saúde”, explicou o capitão Lisboa, subchefe da sessão de comunicação do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA).

Dos estados brasileiros, o Maranhão está em terceiro lugar no ranking, com o maior índice de focos de incêndio. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já são mais de 2.730 focos de incêndio de janeiro até julho deste ano. O destaque para a região onde estão localizadas as cidades de Mirador e Fernando Falcão, com mais de 200 focos já detectados. Nesse mesmo período no ano passado, o Inpe registrou 2.784 focos de incêndio no estado.

O capitão Lisboa frisou a O Estado que as regiões leste e sul do Maranhão são onde mais ocorrem queimadas florestais. “Ventos fortes, baixa umidade do ar, fogo em lixo e na vegetação são os fatores que contribuem para a propagação do fogo. Durante a estiagem, o ar tende a ficar muito seco e as chamas disseminam com mais força.

“Como teve início a transição do período chuvoso para a estiagem, já reforçamos as nossas guarnições de combate a queimadas, dispomos de caminhões autotanque bomba e estamos orientando a população, por meio de cartilhas educativas e nas redes sociais dos malefícios das queimadas”, ressaltou Lisboa.

SAIBA MAIS

Reportagem de O Estado publicada na edição do dia 18 de agosto de 2017 relatou que o Maranhão registrava um foco de queimada por hora naquele ano. O levantamento, feito com base em dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontou que, de 1º de janeiro a 16 de agosto do ano anterior, foram registrados 5.257 incêndios em áreas consideradas de preservação ambiental ou de manutenção de reservas vegetais.
Segundo o Inpe, o Maranhão era o quinto estado no país na quantidade de focos de queimadas. O estado estava atrás do Pará (com 11.254 focos), Mato Grosso (10.022 focos), Tocantins (6.062 focos) e Amazonas (5.903 focos). A maior parte das queimadas ocorria no interior. Ainda segundo o Inpe, em apenas 24 horas a cidade maranhense de Mirador registrou 17 focos de queimadas. A cidade foi superada no país apenas por Manicoré (AM), Porto Velho (RO), Apuí (AM), Tarauacá (AC) e São Félix do Xingu (PA).

CHUVAS DE JULHO

Meteorologista da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Márcio Eloi explicou o fenômeno das chuvas de julho no estado. “É normal chover no Maranhão em julho. Deve-se a um sistema incerto de nuvens que atua no leste da Região Nordeste e pode chegar ao litoral do Maranhão. São nuvens provenientes da África. Os impactos causados por esse sistema são mais nos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Por isso, aqui as chuvas vão enfraquecendo. Esse fenômeno marca a transição da estação chuvosa para a estiagem”, explicou Eloi.
Ainda conforme o meteorologista, em alguns anos anteriores, como em 2013, choveu mais do que esperado para o mês de julho, que é de 131,1 mm. Já em outros anos, não chegou nem à metade. “Em julho de 2013, foram 197,8 mm. Em 2014, 26,6 mm. Em 2015, 65,2 mm. O sistema é incerto. Este ano, já tivemos uma boa quantidade de chuvas. Acredito que vamos chegar ao esperado”, acrescentou Eloi

REDE ELÉTRICA

Conforme dados da Companhia Energética do Maranhão (Cemar), este ano foram constatados quatro casos de queimadas, que comprometeram a rede elétrica, ocasionando a interrupção da energia. Em 2017, cerca de 120 casos de interrupções dessa natureza foram registrados em diversos municípios.

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