Violência

Governo brasileiro cobra apuração da Nicarágua sobre morte de estudante

Secretário-geral das Relações Exteriores deu declaração sobre Raynéia Gabrielle Lima, que estudava medicina na Nicarágua

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

BRASÍLIA - O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Marcos Galvão, afirmou ontem que o governo brasileiro ‘”está cobrando” do governo da Nicarágua a investigação sobre a “morte violenta e trágica” da estudante Raynéia Gabrielle Lima.

Brasileira que estudava medicina na Nicarágua, Raynéia foi morta na segunda,23, após ser atingida por tiros disparados por "um grupo de paramilitares", conforme informou Ernesto Medina, reitor da Universidade Americana em Manágua (UAM).

"O Itamaraty emitiu uma nota sobre a morte violenta e trágica de nossa compatriota. Nós estamos cobrando do governo nicaraguense a apuração das responsabilidades pelo ocorrido e estamos também mobilizados para dar apoio à família e para lidar com essa situação trágica que ocorreu na Nicarágua. O Itamaraty está completamente mobilizado para tratar deste esse caso”, disse o embaixador.

Galvão comentou o episódio ontem, enquanto acompanha o presidente Michel Temer em viagem ao México. Temer participou do encontro dos presidentes dos países do Mercosul e da Aliança do Pacífico.

Após o encontro, Temer foi questionado sobre a morte Raynéia, mas foi o diplomata que se manifestou.

Assassinato

Raynéia foi assassinada em meio à crise social e política que passa o país, com manifestações contra o presidente Daniel Ortega, no poder desde 2007 em meio a acusações de abuso e corrupção. De acordo com a Associação Nicaraguense de Direitos Humanos, mais de 350 pessoas já morreram, entre elas, muitos estudantes.

Segundo Ernesto Medina, o reitor universidade na qual a brasileira estudava, ela foi assassinada em uma região ao sul de Manágua. O retiro, em entrevista para uma televisão local, disse que os paramilitares responsáveis pelo assassinato estavam na casa de Francisco López, tesoureiro da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), o partido do governo.

Em nota divulgada mais cedo, o Itamaraty disse que busca esclarecimentos com o governo nicaraguense.

"Diante do ocorrido, o governo brasileiro torna a condenar o aprofundamento da repressão, o uso desproporcional e letal da força e o emprego de grupos paramilitares em operações coordenadas pelas equipes de segurança", diz trecho da nota do ministério.

Vivendo na Nicarágua desde 2013, a estudante brasileira se preparava para voltar ao Brasil em 2019, segundo afirmou a mãe da vítima, a aposentada Maria Costa.

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