Envenenamento

Opaq confirma tese de Londres sobre origem russa de substância

Ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha foram envenenados na Inglaterra em março. Reino Unido diz que Rússia foi responsável pelo crime

Atualizada em 11/10/2022 às 12h31

LONDRES - A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) afirmou ontem que suas análises confirmam a tese britânica de que a substância neurotóxica usada no atentado contra o ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha na Inglaterra veio da Rússia, segundo a France Presse.

"Os resultados das análises dos laboratórios (...) confirmam as descobertas do Reino Unido a respeito da identidade do químico tóxico", afirma a organização com sede em Haia, na Holanda, em um relatório apresentado em Londres.

De acordo com a BBC, a Opaq não deu nome para a substância, que o governo britânico identificou como Novichok, mas concordou com análises feitas anteriormente pelo Reino Unido.

Os britânicos afirmam que no envenenamento do ex-espião e da filha, ocorrido em 4 de março, em Salisbury, no sul da Inglaterra, foi utilizado esse agente químico que atua sobre o sistema nervoso desenvolvido por laboratórios militares da União Soviética.

Por isso, o Grã-Bretanha atribui à Rússia a responsabilidade pelo incidente, porém Moscou nega qualquer envolvimento, dizendo que os britânicos não forneceram nenhuma evidência para fazer essa acusação.

Na terça-feira,10, Yulia, de 33 anos, teve alta após passar mais de um mês internada. O pai, no entanto, ainda permanece internado.

Crise diplomática

Serguei Skripal foi coronel do serviço secreto militar russo, mas acabou condenado por alta traição por vender informações ao Reino Unido. Em 2010 foi envolvido em uma troca de espiões e se mudou para a Inglaterra.

O incidente envolvendo Yulia e o pai desencadeu uma crise diplomática do Reino Unido com a Rússia, que depois se ampliou para outros países.

O governo britânico considerou Moscou responsável pelo envenenamento e determinou a expulsão de 23 diplomatas russos - medida que foi seguida posteriormente pelos EUA e uma série de países europeus. A Rússia revidou e diplomatas americanos deixaram a embaixada dos Estados Unidos em Moscou.

A onda de expulsões cruzadas dos países ocidentais e da Rússia, que começou em 14 de março, já atinge 300 diplomatas.

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