Posição

Reino Unido, EUA e França podem responder a ataque químico sírio

A premiê britânica Theresa May conversou por telefone com os presidentes Donald Trump e Emmanuel Macron e considerou ''completamente reprovável'' o suposto ataque com armas químicas que teria sido usado pelo regime de Bashar al Assad

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
A primeira-ministra Theresa May disse que ataque químico é terrível crueldade do regime sírio
A primeira-ministra Theresa May disse que ataque químico é terrível crueldade do regime sírio (A primeira-ministra Theresa May disse que ataque químico é terrível crueldade do regime sírio)

LONDRES - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, concordou ontem com os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da França, Emmanuel Macron, que a comunidade internacional deve responder ao ataque de sábado na Síria, no qual o regime de Bashar al Assad supostamente usou armas químicas.

Segundo informou um porta-voz do governo britânico, Theresa May conversou por telefone separadamente com Trump e Macron, a quem deixou claro que o suposto ataque, que aconteceu na cidade síria de Duma, é "completamente reprovável".

Os três líderes "concordaram que a comunidade internacional" deve "responder para manter a proibição global sobre o uso de armas químicas", indicou o porta-voz em comunicado.

"Se for confirmado o ataque químico, isto representará uma nova evidência da terrível crueldade do regime de Assad contra seu próprio povo e o completo desprezo por suas obrigações legais para não utilizar esse armamento", diz a nota de Downing Street, a residência oficial da primeira ministra.

Resposta

Trump, Macron e May "concordaram em continuar trabalhando unidos, junto com seus aliados internacionais, para garantir que os responsáveis (do ataque) prestem contas", informou o porta-voz de May.

O presidente dos EUA, que ontem adiantou que decidiria nas próximas horas se responderá de forma militar ao suposto ataque, cancelou hoje sua viagem prevista para a Cúpula das Américas, que acontece neste fim de semana em Lima, no Peru, para poder "supervisionar a resposta americana à Síria", segundo explicou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

O governo sírio convidou ontem a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) a investigar suposto ataque químico ocorrido em Duma, controlada pelos rebeldes, no fim de semana.

Segundo a France Presse, a agência de notícias estatal Sana disse que o Ministério das Relações Exteriores "mandou um convite formal à Opaq para que envie uma equipe de sua missão para investigar as denúncias relacionadas ao suposto uso de armas químicas".

ONU

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou ontem o uso de armas químicas contra a população civil e pediu que as últimas denúncias sobre o emprego desse tipo de armamento na Síria devem ser investigadas de forma imparcial por analistas internacionais.

O secretário-geral da ONU expressou indignação sobre os relatórios de uso de armas químicas na Síria e afirmou que se trata de uma clara violação do direito internacional.

Foi a segunda condenação de Guterres, que está em visita oficial à China, ao recente ao suposto ataque com armas químicas contra a cidade de Duma. Alguns países, como os Estados Unidos, acusam o regime de Bashar al Assad de ser responsável pelo incidente.

Para Guterres, especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) devem ter acesso pleno, sem restrições ou impedimentos, para investigar as denúncias na Síria.

O secretário-geral também pediu que o Conselho de Segurança da ONU assuma sua responsabilidade e atue com unidade no caso, chegando a um acordo para a criação de um mecanismo que determine quem são os responsáveis pela utilização desse tipo de armamento na Síria.

Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança se reuniu na segunda,9, para analisar as denúncias, mas a reunião terminou sem acordo. A Rússia negou ter havido um ataque químico em Duma, e os Estados Unidos ameaçaram responder ao incidente com ou sem o apoio da ONU.

O Kremlin anunciou ontem que apresentará uma resolução para permitir o acesso de especialistas da Opaq no local da denúncia. O órgão também recebeu um convite do governo da Síria para que seus investigadores visitem Duma.

Mais

Rússia veta resolução

que propõe inquérito

A Rússia usou ontem seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para vetar um texto proposto pelos Estados Unidos que propõe a criação de um novo inquérito sobre quem é responsável por ataques com armas químicas na Síria.

Doze dos 15 membros do Conselho de Segurança votaram a favor da criação de um inquérito. A Rússia, aliada da Síria na guerra civil de mais de 7 anos, votou contra e teve o apoio da Bolívia. Já a China se absteve.

Para ser aprovada, uma resolução precisa de 9 votos a favor e nenhum veto de Rússia, China, França, Reino Unido ou Estados Unidos.

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