A juíza federal Carolina Moura Lebbos vetou uma visita extraordinária do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso na sede da Polícia Federal (PF) em Curitiba.
Dino se deslocou ontem para Curitiba com uma comitiva formada por governadores e senadores da República, numa tentativa de manifestar apoio político ao petista.
A visita, contudo, foi barrada pela magistrada, que enxergou possível privilégio, caso ocorresse a reunião política na carceragem.
“Além do recolhimento em sala do Estado Maior, foi autorizado pelo juiz [Sergio Moro] a disponibilização de um aparelho de televisão para o condenado. Nenhum outro privilégio foi concedido, inclusive sem privilégios quanto a visitações, aplicando-se o regime geral de visitas da carceragem da Polícia Federal, a fim de não inviabilizar o adequado funcionamento da repartição pública, também não se justificando novos privilégios em relação aos demais condenados”, destacou a juíza.
Contrariado, Flávio Dino – ex-juíz federal -, reagiu à decisão da magistrada. Em entrevista, ele afirmou que ela descumpriu a lei.
“Mais um gesto de descumprimento da lei”, disse Dino e completou:
Em seu perfil, no twitter, Dino afirmou que a magistrada cometeu abuso, ao impedir a visita dos políticos a Lula.
“Hoje [ontem] 9 governadores e 3 senadores deixaram uma carta de solidariedade ao presidente Lula nas mãos do superintendente da PF. Infelizmente uma juíza negou a visita confundindo Direito com “privilégio”. Mais um lamentável abuso judicial”, enfatizou.
Vídeo - Dino também gravou um vídeo para tratar do tema. Na peça, ele questionou a decisão de Moro que condenou Lula e levou o petista à prisão e assegurou que há erro jurídico no processo.
“Eu estou aqui neste momento em Curitiba junto com outros 9 colegas governadores visando registrar a nossa solidariedade pessoal e política ao presidente Lula. Temos a convicção de que há um erro jurídico imenso tanto no tocante ao mérito, ou seja, no caso do dito apartamento, no tríplex, não sustenta uma condenação deste tipo e sabemos também que não houve exaurimento, o esgotamento dos recursos, que a Constituição e a lei asseguram a todos os brasileiros, por isso obviamente nós estamos diante de uma prisão de caráter mais político do que legal, jurídico”, disse.
Ele afirmou que a comitiva que se deslocou a Curitiba defende a liberdade do ex-presidente.
“Por isso mesmo nós estamos defendendo, claro, a liberdade do ex-presidente Lula, os seus direitos políticos e estamos defendendo a integridade e a autoridade do sistema jurídico, da Constituição e das leis para todos os brasileiros”, completou.
Depois de barrado em Curitiba, Flávio Dino deve retornar hoje às suas atividades no Palácio dos Leões.
Saiba Mais
Também foram barrados com Flávio Dino pela Justiça, para uma eventual visita extraordinária ao ex-presidente Lula, o governador do Acre, Tião Viana; de Alagoas, Renan Filho; da Bahia, Rui Costa; do Ceará, Camilo Santana; de Minas Gerais, Fernando Pimentel; da Paraíba, Ricardo Coutinho; de Pernambuco, Paulo Câmara; do Piauí; Wellington Dias, do Rio Grande do Norte, Robinson Faria e de Sergipe, Belivaldo Chagas. Os senadores Lindbergh Farias e Gleisi Hoffmann, além do vice-presidente do PT, Márcio Costa Macedo e do ex-deputado federal Angelo Vanhoni, também receberam veto ao tentar ter acesso à carceragem de Lula.
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