Sem serviço básico

Pacientes com câncer na bexiga estão sem receber medicamento

Fato foi denunciado por pacientes, que se dirigem diariamente ao Hospital de Câncer; SES informou que medicamento teve fornecimento suspenso pela Anvisa

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Medicação, importante para pacientes oncológicos, está em falta
Medicação, importante para pacientes oncológicos, está em falta (BCG)

SÃO LUÍS - Os pacientes que estão em tratamento de câncer em São Luís estão sem receber o medicamento BCG, que deveria ser fornecido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) a pessoas acometidas com a doença na bexiga. O fato foi denunciado a O Estado por vários pacientes que dependem do serviço e se dirigem diariamente até o Hospital de Câncer (Hospital Geral), na capital. A informação também foi confirmada por alguns funcionários da unidade de saúde, que preferiram não se identificar. Até o fechamento desta edição, a pasta não informou quando o medicamento estará disponível. Procurada, a direção do hospital disse que não poderia emitir nenhum parecer sobre o assunto.

Um dos pacientes interessados no recebimento do remédio conversou por telefone com O Estado. Ele tem 40 anos, é morador do bairro São Francisco e se submeteu à cirurgia para a retirada de um tumor. Um mês e meio após o procedimento, o paciente começou a receber o remédio BCG específico para o tratamento, no entanto, segundo ele, desde o início do ano, o medicamento não está mais disponível. “E não recebemos nenhuma explicação para o problema”, disse.

Ainda de acordo com o paciente, o último recebimento do remédio BCG foi informado por uma funcionária do Hospital de Câncer. “Quando eu fui receber o remédio, a funcionária, até de forma gentil, me disse que aquela seria a última vez que receberia o benefício. Fiquei muito chateado e sem saber o que fazer”, afirmou.

Por causa da falta do remédio, o paciente teme que a doença evolua. “Meu tratamento deveria incluir tomar o remédio pelo menos duas vezes por dia, durante um ano. Como tomei por menos de dois meses, sem dúvida, se for novamente fazer o tratamento, terei de começar do zero”, concluiu.

Outro lado
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que a medicação BCG está com o fornecimento suspenso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a retomada do medicamento depende “de autorização da Anvisa”.

SAIBA MAIS

De acordo com o site www.oncoguia.org.br, a medicação BCG está relacionada com o bacilo que causa a tuberculose e é administrada diretamente na bexiga, por meio de um cateter. Quando o paciente recebe a aplicação, por recomendação médica, deve ficar em observação por uma hora na unidade de saúde, já que o medicamento pode provocar efeitos na pessoa, como febre, calafrios e sensação de queimação na bexiga. A medicação BCG foi lançada em 2006 por pesquisadores da Fundação Ataulpho de Paiva, substituindo a BCG 40 mg.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.