Música

De volta: Cordel do Fogo Encantado apresenta quarto álbum

Trabalho intitulado “Viagem ao Coração do Sol”, foi produzido por Fernando Catatau

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32


SÃO PAULO - O grupo Cordel do Fogo Encantado, que recentemente anunciou o retorno da banda, lançou o disco “Viagem ao Coração do Sol”. O quarto trabalho autoral da banda traz canções que ficaram guardadas durante a pausa do grupo e composições nascidas no reencontro de Lirinha (voz e pandeiro), Clayton Barros (violão e voz), Emerson Calado (percussão e voz), Nego Henrique (percussão e voz) e Rafa Almeida (percussão e voz).

São 13 faixas que seguem a tradição dos títulos duplos da literatura de cordel e que dialogam com os sentimentos humanos ao longo de uma história de cinco personagens, que percorrem caminhos, por vezes misteriosos e mágicos, em busca da filha do vento, chamada Liberdade. Gravado no Estúdio El Rocha, em São Paulo, e em Fortaleza, no Totem Estúdio, o disco é uma continuidade no processo criativo da banda. "A mística que envolve o Cordel se manteve suspensa durante esses oito anos. Inicialmente, éramos um grupo de teatro, o nome da banda era o título de um espetáculo. No nosso primeiro disco, contamos a história do ‘Fogo Encantado’. Depois falamos de um ‘Palhaço de um Circo sem Futuro’, uma metáfora da existência humana. E, por fim, na turnê do álbum ‘Transfiguração’, apresentamos um cenário que se recolhe para uma espécie de pausa, algo bem significativo para o momento em que se deu, mesmo não sendo planejado", conta o vocalista.

A capa e encarte, que foi lançado em CD primeiramente, foram desenvolvidos pelo estúdio de design Savia Design&Branding e traz diferentes elementos, como a luz, o raiar, o vento e o otimismo representados na forma de um personagem, uma vez que esses símbolos transitam por todo o disco. "Criamos uma figura de luz, uma persona do movimento, que nasce da terra como um sopro de otimismo e cor", comenta Lucas Bacic, que assina a direção criativa ao lado de Lucas Falcão.

Faixas

Assim como nos três trabalhos anteriores, o álbum abre com um poema: “O Sonho Acabou”. É um recorte do texto ficcional que Lirinha escreveu, contando sobre a viagem ao coração do sol. São cinco personagens que estavam adormecidos em casulos no interior da Terra e que, ao despertarem, iniciaram o caminho em direção ao sol. Lá eles querem se encontrar com a filha do vento, chamada Liberdade.

A segunda música “Sideral ou Quem Ama Não Vê Fim” remete à libertação, fazendo referências, desde a semente do grão até a libertação do corpo; sugerindo a quebra das correntes que aprisionam. "Sideral é o primeiro impulso para chegar perto da filha do vento e apresenta um conceito que abraça o disco inteiro: a sideralidade, o amor como força, vital e eterna, através do renascimento", diz Lirinha. O produtor do disco, Fernando Catatau, participa tocando guitarra tenor.

“Força Encantada ou Largou As Botas E Mergulhou No Céu” evoca traços das antigas culturas das cordilheiras, descrevendo o caminho do vento que vem das montanhas até a beira do mar. A música foi composta para o filme “Largou as Botas e Mergulhou no Céu”, dirigido por Bruno Graziano, Cauê Gruber, Paulo Junior e Raoni Gruber, lançado ano passado, em parceria com o Canal Brasil. Participação de Catatau no violão de aço.

Na sequência vem “Liberdade, A Filha do Vento”, primeiro single do álbum. A música é o fio condutor da viagem ao coração do sol através da personagem que representa a filha do vento. "Ela também é chamada de Liberdade, mora em uma ilha suspensa, difícil de chegar, no coração do sol", comenta Lirinha. A canção foi escolhida como primeiro single do disco. Catatau também participa da faixa, tocando guitarra e teclado.

“Destilações” é a primeira música de outros autores contemporâneos gravada pelo grupo. Assinada por Maviael Melo e Alisson Menezes, o Cordel logo de início se encantou pela canção e entendeu que ela fazia parte da história que está contando. Ao mesmo tempo em que é uma música lenta e romântica, traz a força da percussão.

Assim como nos álbuns anteriores, neste novo trabalho, não poderia faltar uma música que remetesse à água. “Primeira Paisagem ou A Flor Molhada” é uma homenagem a Naná Vasconcelos e traz a participação das cantoras da faixa anterior, que juntas fazem parte de um movimento de samba chamado Terreiros de Samba, com influência da música latina.

Para fechar o disco, “Cavaleiro Das Estradas Do Sol” é uma composição instrumental de Clayton, que traz a participação especial de Manassés na viola 12 Cordas. "São duas gerações que se encontram, pois Manassés é um dos mais influentes violistas brasileiro e Clayton, um importante representante dessa tradição. Com essa música, fechamos a história da viagem ao coração do sol, sob a luz dos acordes encantados dos violeiros repentistas", finaliza Lirinha.

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