Hoje existem 32 práticos que atuam em São Luís, na Zona de Praticagem (ZP-4), que compreende os portos do Itaqui, da Alumar e de Ponta da Madeira (Vale). Até então, a formação desse profissional era dificultada porque os quatro cursos existentes no país se concentram nos estados do Rio de Janeiro (3) e São Paulo (1). Mas agora essa é uma realidade no Maranhão, pois inicia hoje a primeira turma do “Curso Preparatório para Praticante de Prático”, na capital maranhense, que será realizado no edifício Century, na Avenida dos Holandeses.

O curso é promovido pelo Instituto de Ciências Náuticas do Maranhão, fundado pelo diretor da agência marítima Ambrosio Shipping, Giovane Ambrosio, tendo como coordenador acadêmico do projeto o advogado e ex-oficial da Marinha Mercante (atuou por mais de 20 anos nessa área), Wellington Beckman.

Segundo Wellington Beckman, o crescimento da atividade portuária no Maranhão, que terá em breve o Porto São Luís, requer profissionais cada vez mais qualificados para atuar nessa área complexa que envolve três pilares: porto, carga e navio. E esse curso vem exatamente com o objetivo de dotar conhecimentos técnicos sobre navegação e condução e manobra de navios.

O curso terá oito módulos e será desenvolvido até o mês de dezembro, sempre aos finais de semana. Duas das maiores autoridades em processos seletivos na área de praticagem serão os instrutores: o comandante Júlio Barcelos, ex-diretor da Escola de Oficiais da Marinha Mercante no Rio de Janeiro e o oficial da Marinha Mercante, professor Leonardo Soares. O conteúdo do curso abrangerá, entre outros temas, arte naval, comunicações, Rebocadores portuários, legislação marítima e arquitetura naval.

Há a expectativa de que haja novo processo seletivo para a área nos próximos dois anos. E uma das etapas iniciais e pré-requisito é a participação em um “Curso Preparatório para Praticante de Prático”. Depois, passadas outras fases – provão, teste de saúde, treinamento e prova prática em simulador da Marinha – em sendo aprovado, o candidato a praticante terá que acompanhar durante um ano o prático de um navio em pelo menos mil manobras. Só após todo esse processo é que o praticante realizará seu teste final que é a realizar a primeira manobra, sozinho.

Regulamentação

A praticagem é regulada pela Lei de Segurança da Navegação (9.537/1997). A atividade é baseada no conhecimento dos acidentes e pontos característicos da área onde é desenvolvida - trechos da costa, portos, estuários de rios, em baías, lagos, rios, terminais e canais onde há tráfego de navios. Este serviço proporciona maior eficiência e segurança à navegação e garante proteção à sociedade e a preservação do meio ambiente.

Exatamente por se tratar de um profissional especializado que possui experiência e conhecimentos técnicos de navegação e de condução e manobra de navios, bem como das particularidades locais, correntes e variações de marés, ventos reinantes e limitações dos pontos de acostagem e os perigos submersos, é bem remunerado, podendo chegar, dependendo da região, a R$ 400 mil por mês.

Mais

Zona de Praticagem (ZP-4) - Itaqui, Alumar e Ponta da Madeira

Está dividida em dois trechos. O primeiro trecho está compreendido entre o acesso ao canal varrido, nas proximidades da boia nº 1, até as proximidades da boia nº 19. Neste trecho, o Serviço de Praticagem está disponível ao navegante em caráter facultativo, devendo ser solicitado com antecedência. O segundo trecho está compreendido entre as proximidades da boia nº 19 e os terminais, sendo o Serviço de Praticagem de caráter obrigatório.

Números

600

Práticos aproximadamente atuam em portos de todo o Brasil

16

Profissionais práticos do total existente no país são mulheres

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