Reformas

Ministro compara situação de Temer à mesma vivida por Getúlio Vargas

Chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun afirma que só tem o Plano A para a votação da Reforma da Previdência em fevereiro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Carlos Marun com o presidente Michel Temer
Carlos Marun com o presidente Michel Temer (Carlos marun e Temer)

BRASÍLIA - O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse nesta terça-feira (6) que o governo "só trabalha com um plano A", que é o de votar e aprovar a reforma da Previdência ainda em fevereiro. “É tudo ou tudo”, disse, ao apontar a imprensa como "aliado importante " no sentido de melhor esclarecer a necessidade da reforma.

O ministro chegou a comparar a situação do presidente Michel Temer à vivida pelo ex-presidente Getúlio Vargas pouco antes do suicídio, em 1954. Referindo-se a Temer, Marun disse que, em alguns aspectos, ele sofreu “o maior ataque e a maior barragem de artilharia de notícias mentirosas e negativas que um governo já sofreu aqui no país". "Por muito menos do que isso, o presidente Getúlio Vargas deu um tiro no peito, e ele era um homem valente. Esta é a realidade. O presidente Temer, com aquele jeito que muitos pensam ser frágil, mostrou ser duro como uma rocha e frio como um iceberg”.

Segundo Marun, o governo precisa obter mais 40 ou 50 votos dos indecisos para garantir a aprovação da matéria. De acordo com o ministro, os esclarecimentos que a mídia vem dando sobre o assunto têm sido relevantes para o convencimento geral. “As editorias econômicas dos principais órgãos de imprensa estão sendo esclarecedores em suas informações. Este é um aliado importante que temos”, acrescentou. “Falta pouco tempo, mas falta pouco voto. É difícil mas não é impossível”, reforçou, em um evento promovido pela Associação Brasileira de Relações Institucionais e Governamentais (Abrig).

Marun aproveitou o encontro para destacar alguns avanços recentes do país, do ponto de vista econômico, e lamentou o fato de, mesmo em meio "a resultados positivos", o presidente Michel Temer ser vítima de uma "conspiração asquerosa que buscava, em função de interesses mesquinhos, retirá-lo do poder”.

O ministro criticou também decisões tomadas recentemente pelo Judiciário brasileiro que, segundo ele, acabaram por colocar em risco a administração e a economia do país. Referindo-se à dificuldade que Temer vem tendo para conseguir nomear a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o cargo de ministra do Trabalho, Marun disse que o caso “atropela um princípio básico da democracia”, que é a independência dos poderes. “Mas o governo Temer não vai vacilar na defesa de suas prerrogativas”, acrescentou.

Geddel se diz abandonado por amigos

BRASÍLIA - Acusado de tentar obstruir a Justiça, por supostamente tentar atrapalhar as investigações das operações Cui Bono e Sépsis, o ex-ministro Geddel Vieira Lima prestou depoimento ao juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, nesta terça-feira (6). Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Geddel atuou para constranger Funaro, telefonando por diversas vezes para a esposa do operador financeiro, Raquel Pitta. Para os procuradores da República, os telefonemas tinham o objetivo de constranger Funaro, de forma a convencê-lo a não se tornar um delator.

Geddel voltou a negar que tenha tentado amedrontar Funaro. Segundo ele, seus telefonemas eram para manifestar solidariedade à família do operador financeiro detido, para que não se sentissem isolados. “Falei algumas vezes com a senhora [Raquel]. Posso dizer que estes telefonemas amigáveis devem ter lhe feito bem. Me coloquei a ajudar, eram ligações humanitárias. Manifestei solidariedade com sua esposa e filha", afirmou Geddel, comparando a situação de Raquel Pitta à de sua própria família após ele próprio ter sido preso. “Amigos de longa data me lançaram ao degredo, ao Vale dos Leprosos”, queixou-se Geddel, que não respondeu às perguntas feitas pelos procuradores, por orientação da defesa.

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