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Ciro diz que torce por Lula em julgamento e nega conspiração no Judiciário

Pré-candidato a presidente da República, usou redes sociais para comentar sobre julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no TRF-4

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Ciro Gomes, que foi ministro de Lula, defende o ex-presidente
Ciro Gomes, que foi ministro de Lula, defende o ex-presidente (Ciro Gomes)

Brasília - Pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes afirmou ontem, em sua página no Facebook, que vai torcer para que a Justiça brasileira reconheça a inocência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julgamento em segunda instância marcado para quarta-feira, 24, no 4º Tribunal Regional Federal (TRF-4), em Porto Alegre.
Embora tenha dito que "é definitivamente constrangedor e inexplicável que nenhum quadro relevante do PSDB esteja preso apesar de fartas e robustas evidências de seu orgânico e ancestral envolvimento em corrupção", Gomes negou que haja uma conspiração política no poder Judiciário contra Lula.
O ex-ministro afirmou que não crê nessa possibilidade e acrescentou que imaginar algum tipo de complô "ofende a inteligência média do país". Disse ainda que "a consequência inevitável desta constatação teria desdobramentos tão graves que a um democrata e republicano só restaria a insurgência revolucionária".

Argumento
Como argumento, ele lembrou que vários membros importantes do MDB estão presos, como o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e os ex-ministros Geddel Vieira Lima e Henrique Alves. Ressaltou também que o próprio presidente Michel Temer foi chamado pela Justiça a responder por supostos atos de corrupção, em referência às duas denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR) que foram arquivadas em 2017 pela Câmara dos Deputados.
"O que quero dizer nesta hora crítica é que, apesar de seus graves problemas, a Justiça brasileira ainda deve merecer o respeito institucional da nação. O oposto é a baderna, a anarquia e, evidentemente, a violência", escreveu Gomes, acrescentando em seguida que espera que o tribunal compreenda "a transcendência de sua decisão".
O ex-ministro, que também foi ex-governador do Ceará e foi candidato a presidente em 1998 e 2002, tem se posicionado como um nome de centro-esquerda. Portanto, a participação ou não de Lula na disputa terá influência direta na sua campanha. Apesar de afirmar que acredita na inocência do petista, o ex-ministro tem feito algumas críticas ao ex-presidente, como ao fato de ele ter voltado a se aproximar de políticos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Gomes foi ministro da Integração Nacional no governo Lula e da Fazenda no governo Itamar Franco.

Julgamento ocorre na quarta-feira

O petista será julgado em segunda instância na quarta-feira pelo caso do triplex de Guarujá. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Na primeira instância, foi condenado a nove anos e meio de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro. Se for condenado novamente, poderá perder o direito de disputar a eleição presidencial deste ano.

Julgamento será feito por três magistrados

A 8ª Turma Criminal do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) vai julgar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira, 24. Os desembargadores poderão definir o destino político do petistas conforme a decisão que tomarem.
Um dos desembargadores é João Pedro Gebran Neto. Ele é o relator da Lava Jato no TRF-4. Nascido em Curitiba, 52 anos, formado pela Faculdade de Direito da capital paranaense, Gebran tem pós-graduação em Ciências Penais e Processuais Penais pela UFPR (Universidade Federal do Paraná) e mestrado em Direito Constitucional, também concluído na UFPR. Foi promotor de Justiça do Paraná e juiz federal desde 1993.
Leandro Paulsen é o revisor da Lava Jato na 8.ª Turma. Aos 47 anos, natural de Porto Alegre, ele é formado pela PUC/RS. É especialista em Filosofia e Economia Política pela mesma universidade. É mestre em Direito do Estado e Teoria do Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Direitos e Garantias do Contribuinte pela Universidade de Salamanca/Espanha.
O outro desembargador é Victor Laus, 54 anos, natural de Joaçaba (SC). Ele é formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. Foi promotor de Justiça antes de assumir o cargo de Procurador da República, no qual atuou por dez anos. Em 2002, assumiu a vaga de desembargador do TRF4 destinada ao Ministério Público Federal.l

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