Tortura

Crianças mantidas em cativeiro pelos pais memorizavam passagens da Bíblia

Em entrevista à emissora ABC, pais de David Turpin se disseram "surpresos e chocados" com acusações contra o filho, e contaram que família parecia "feliz"

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33

CALIFÓRNIA - Os pais das 13 crianças e jovens mantidos em cativeiro na cidade de Perris, na Califórnia, eram pessoas extremamente religiosas e que acreditavam que Deus havia ordenado que eles tivessem uma família numerosa.

O relato foi feito pelos pais de David Turpin à emissora americana ABC. Em entrevista, James e Betty Turpin disseram ainda que estão "surpresos e chocados" com as acusações contra seu filho e sua nora, Louise.

As autoridades fixaram uma fiança de US$ 9 milhões para os dois, denunciados por tortura, cárcere privado e por colocar os filhos em risco.

A família foi encontrada depois que uma das filhas do casal, uma jovem de 17 anos, fugiu da casa no domingo,14, e chamou a polícia. A adolescente telefonou para o serviço de emergência 911 de um celular que encontrou na residência.

A adolescente, que estava "magérrima" e parecia ter apenas dez anos, segundo a polícia, "afirmou que seus doze irmãos e irmãs eram mantidos em cativeiro na casa por seus pais, detalhando que alguns estavam acorrentados". Ainda não se sabe por quanto tempo os filhos - com idades entre dois e 29 anos - foram mantidos em cativeiro.

James e Betty Turpin, que vivem em West Virginia, contaram que sua última visita à Califórnia foi há cinco anos, e que a família aparentava estar feliz. Ainda em entrevista à ABC, os dois contaram que os filhos do casal foram educados em um esquema "muito rigoroso" de educação domiciliar, e que costumavam memorizar longas passagens da Bíblia.

Interrogados pela polícia, os pais não puderam "dar qualquer explicação razoável sobre por que motivo mantinham os filhos acorrentados", segundo autoridades.

As vítimas foram alimentadas e estão recebendo tratamento, enquanto os serviços de defesa da infância abriram uma investigação. Não há informações sobre o estado de saúde dos filhos do casal.

Vizinhança

Kimberly Milligan, vizinha dos Turpin, disse ao jornal "Los Angeles Times" que muitas coisas eram estranhas "naquela família": as crianças "eram muito pálidas, tinham o olhar vazio e nunca saíam para brincar, apesar de serem numerosas".

"Eu achava que eles estudavam em casa", algo relativamente frequente nos Estados Unidos, acrescentou Milligan. "Sentíamos que havia algo estranho mas não queríamos pensar mal daquela gente.

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