Escritor

José Louzeiro é homenageado com missa em São Luís

Celebração aconteceu na Igreja São João Batista, no Centro, e contou com a presença de convidados e fãs do escritor. Ele morreu no dia 29 do mês passado

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Missa de sétimo dia em homenagem aos escritor maranhense José Louzeiro
Missa de sétimo dia em homenagem aos escritor maranhense José Louzeiro ( )

SÃO LUÍS - Fãs e admiradores de José Louzeiro, escritor maranhense que faleceu no dia 29 de dezembro de 2017, aos 85 anos, no Rio de Janeiro, o homenagearam em missa de sétimo dia celebrada na noite de ontem,4, na Igreja São João Batista, região central de São Luís. Durante a celebração, escritores e convidados lembraram da importância de Louzeiro para a literatura brasileira.

A missa foi celebrada pelo padre Heitor Moraes, que, durante a leitura do evangelho, lembrou sobre o valor da morte para os cristãos e fez referência à dor dos familiares de Louzeiro. “Solidarizo-me neste momento com os familiares deste importante escritor e também com os representantes da literatura nacional”, disse.

Para o presidente da Academia Maranhense de Letras (AML), Benedito Buzar, presente à missa, o país perdeu um nome insubstituível. “José Louzeiro tinha um jeito único de escrever e se referir ao seu leitor. Também dava notoriedade a determinados personagens que viviam no ostracismo da realidade brasileira. Este era outro aspecto positivo de sua obra”, disse.

Além de Buzar, outros nomes da AML também estiveram presentes, como Lino Moreira, Sebastião Duarte, Natalino Salgado Filho, Laura Damous, José Carlos Sousa Silva, dentre outros. Dono de um jeito peculiar de escrever e ocupante da Cadeira nº 25 da AML, José Louzeiro se destacou pela capacidade de relatar assuntos que retratavam a realidade brasileira.

Não foram poucas as obras de Louzeiro consideradas polêmicas e que, ao mesmo tempo, reuniu admiradores. Dentre as principais, estão Pixote, infância dos mortos, que deu origem aos filmes Pixote, a Lei do mais Fraco (1981) e Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia (1976). Esta última tratou da história de Lúcio Flávio, um dos bandidos mais conhecidos do Rio de Janeiro. A peça audiovisual chamou tanto a atenção que influenciou o cineasta Hector Babenco.

Além de escritor e membro da AML, Louzeiro também foi presidente do Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro entre os anos de 1984 e 1987, membro do Conselho Nacional do Direito Autoral (1985-1986), do Conselho Superior de Censura (1987) e do Conselho de Direitos Humanos e Liberdade de Expressão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), também em 1987.

Respeito à obra

Durante toda a carreira, José Louzeiro colecionou admiradores de suas obras. O ex-presidente da República, José Sarney, lembrou dos tempos em que foi colega de redação de Louzeiro. “Fomos colegas de estreia jornalística, trabalhando em O Imparcial. Mas logo Louzeiro foi para o Rio de Janeiro, onde passou por todos os jornais importantes, numa grande carreira. Escritor, mas antes de tudo repórter, ele nos deixou uma obra importante pelos mergulhos profundos nas entranhas da violência no país”.

Sarney definiu Louzeiro como “um companheiro de grande qualidade intelectual e um ser humano profundamente dotado de fome e sede de justiça”. A ex-governadora Roseana Sarney também lamentou a morte de Louzeiro. “Uma grande perda para o Maranhão e para o Brasil. José Louzeiro foi um marco na nossa cultura, com sua imensa contribuição como jornalista, roteirista, como referência no cinema em filmes como ‘Pixote, a lei do mais fraco; Lúcio Flávio, passageiro da agonia”, lembrou.

Frase

“Escritor, mas antes de tudo repórter, ele nos deixou uma obra importante pelos mergulhos profundos nas entranhas da violência no país [...]um companheiro de grande qualidade intelectual e um ser humano profundamente dotado de fome e sede de justiça”

José Sarney sobre José Louzeiro

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