Um total de 87 veículos recolhidos, apreensão de oito documentos falsificados e 77 pessoas conduzidas ao distrito policial. Este foi o resultado da terceira etapa da Operação Hircus, realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), com o apoio das polícias Civil e Militar, durante o primeiro fim de semana deste mês, em mais de 20 cidades maranhenses, que tem como objetivo apreender veículos roubados ou adulterados. Segundo a PRF, o Maranhão está na rota da compra e venda de carros roubados, como também os estados do Piauí, Ceará, Bahia, Goiás, São Paulo, Pará, Tocantins e Distrito Federal.

“A operação resultou na maior apreensão do gênero no estado”, afirmou o assessor de comunicação da PRF, Antônio Noberto. Ele ainda informou que o cerco policial começou no dia 28 de novembro e se estendeu até o último domingo, 3. As ações foram concentradas na capital maranhense e nas cidades de Santo Amaro, Barreirinhas, Paulino Neves, Tutoia, Araioses, São Bernardo, Brejo, Anapurus, Urbano Santos, São Benedito do Rio Preto, Chapadinha, Santa Inês, Arame, Grajaú, Gonçalves Dias, Barra do Corda, Santa Luzia do Paruá, Araguanã, Nova Olinda, São João do Caru, Zé Doca e outros municípios.

Antônio Noberto disse que, durante esse cerco policial, foram apreendidos 58 veículos com registro de roubo e 29 com a documentação adulterada. Os policiais também apreenderam oito documentos falsificados. As pessoas, que foram abordadas com os veículos irregulares, foram encaminhadas para as delegacias da Polícia Civil, onde tomaram as devidas providências.

Esquema criminoso
Conforme o assessor de comunicação da PRF, os quadrilheiros agem no Maranhão e em outros seis estados, tendo como alvo veículos como caminhonete e picapes. No decorrer da investigação ficou constatado que os criminosos vendem os veículos a preço de mercado, com os documentos falsificados e a numeração do chassi adulterada.

Essa venda chega a ser de forma financiada, por agências bancárias, tendo longo prazo para pagamento, segundo a PRF, como uma maneira de enganar os compradores. Ainda de acordo com Noberto, a vítima, na maioria das vezes, somente vai perceber que caiu em um golpe após finalizar o pagamento do veículo.

Noberto ressaltou que as investigações vão continuar para investigar os “agentes públicos do crime”, pois esses veículos clonados acabam passando e sendo aprovados pela fiscalização do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-Ma) e Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran).

Outras etapas
A primeira etapa da Operação Hircus ocorreu ano de 2013, no estado do Piauí. A segunda foi no norte da Bahia, em dezembro de 2015, que resultou na apreensão de 71 veículos com ocorrência de roubo e furto ou com sinais de adulteração.
O nome da operação diz respeito à espécie caprina, que é muito presente na Região Nordeste. Por sua vez, na linguagem policial, remete ao “cabrito”, um veículo de procedência irregular, roubado, furtado ou adulterado.

NÚMEROS

87 veículos apreendidos durante a terceira etapa da operação Hircus
77 pessoas conduzidas pela PRF ao distrito policial

SAIBA MAIS

Em nota divulgada ontem, o Detran-MA informou que está apurando essas irregularidades e funcionários devem ser afastados. Ainda segundo a nota, o órgão tem investido no fortalecimento do combate ao crime, com foco no roubo e clonagem de veículos. Desde 2016, em parceria com o Batalhão de Polícia Militar Rodoviário (BPRV), promove o Curso de Identificação Veicular e Documental, que já capacitou centenas de profissionais militares, agentes de trânsito e funcionários do Detran-MA, no combate a este tipo de fraude. Como parte deste trabalho, o Detran reiterou que, de janeiro a outubro de 2017, mais de 70 veículos foram recuperados durante as operações de fiscalização e devolvidos aos seus proprietários. O Detran esclarece, ainda, que eventuais irregularidades detectadas com participação de servidores estão sendo apuradas em processo próprio e que os envolvidos foram afastados de suas funções.

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