Operação resgate

Argentina realiza ''missão final'' em busca do submarino

Um minissubmarino americano irá fazer uma busca profunda na área onde a embarcação argentina desapareceu; equipes trabalham para encontrar submarino desaparecido no dia 15 de novembro com 44 pessoas a bordo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Submarino militar argentino ARA San Juan é visto deixando o porto de Buenos Aires
Submarino militar argentino ARA San Juan é visto deixando o porto de Buenos Aires (Submarino militar argentino ARA San Juan é visto deixando o porto de Buenos Aires)

BUENOS AIRES - O governo da Argentina lança uma “missão final” para encontrar o submarino ARA San Juan, que desapareceu com 44 pessoas a bordo no dia 15 de novembro. Um minissubmarino norte-americano deveria chegar à área de buscas, reduzida a 74 quilômetros quadrados ontem, de acordo com o jornal argentino “El Clarín”.

O minissubmarino americano pode chegar a 600 metros de profundidade, além de poder resgatar 16 pessoas simultaneamente, ainda levando 44 coletes salvavidas enviados pela Marinha da Argentina – ou seja, um para cada tripulante presente no submarino desaparecido. Contudo, as chances de encontrar alguém com vida neste momento é bastante remota.

A área de buscas foi reduzida depois da confirmação oficial de uma “explosão” em uma área do oceano onde o ARA San Juan estaria desaparecido. No momento, há 14 navios e três aeronaves trabalhando para tentar localizar o equipamento. Além da cápsula norte-americana, também têm submarinos do Brasil e da Rússia realizando a busca.

Missão e investigação

O porta-voz da Marinha Enrique Balbi informou ontem que não há prazo para essa missão terminar. Segundo ele, “o presidente, o ministro da Defesa e o Chefe da Armada ordenaram que sigamos focados na busca, e não se fala de nenhum tempo definido, já que ainda não encontramos o submarino”, afirmou.

O jornal “La Nación” revelou que a compra de baterias do submarino foi alvo de uma investigação em 2010, assim, além das investigações internas, as autoridades terão de avaliar a ação pública aberta por uma juíza do país – que cita o problema relacionado às baterias, uma vez que a principal suspeita é a de que elas tenham causado a explosão.

De acordo com o “La Nación”, o serviço de manutenção do equipamento pode ter sido afetado com a corrupção dos agentes públicos. A empresa Hawker GMBH foi contratada para fazer um serviço de reparação das baterias , em serviço que "custou 5,1 milhões de euros” para o governo da Argentina.

Ontem, o porta-voz da Marinha argentina, Enrique Balbi, afirmou que o submarino desaparecido relatou "entrada de água pelo snorkel" - o sistema de ventilação da embarcação -, que teria provocado um curto-circuito.

Agressões

Itatí Leguizamón, a mulher de um dos 44 integrantes do submarino argentino ARA San Juan desaparecido no Oceano Atlântico, disse ontem que parentes de outros tripulantes a insultaram e tentaram agredi-la depois de ela ter dito em uma programa de TV que todos os que estavam na embarcação morreram.

"Eles não gostaram porque supostamente eu usei a palavra 'viúvas'. Não me lembro de ter dito. Eles querem que os respeite, porque acreditam que vão encontrar [os tripulantes do submarino]. São tão ignorantes de acreditar nisso", afirmou Itatí Leguizamón, que é esposa do operador de sonar Germán Oscar Suárez, em entrevista em Mar del Plata, base do submarino e aonde ele devia ter chegado há mais de uma semana.

"Se sentiram ofendidos porque eu estou dizendo que estão mortos", acrescentou. "Cada um pode pensar o que quiser, mas porque querem me agredir se eu estou passando pela mesma dor? Se eles não querem aceitar é problema delas. Cada um acredita no que quer", sentenciou.

A jovem, de 30 anos, contou que ao tentar entrar na Base Naval, onde dezenas de familiares aguardam notícias acompanhados por equipes de psicólogos, ela foi insultada por "várias pessoas" e que sua mãe e cunhada impediram que os familiares a agredissem.

"Estava entrando, e veio uma mulher querendo me bater. Eu não vou retrucar. Se me baterem eu vou deixar. Não vou usar de violência. Se eles são violentos é um problema deles", ressaltou Itatí.

Segundo a moça, o submarino sofreu uma "implosão" e "não há qualquer chance de ter sobreviventes". Ela se baseia na informação fornecida pela Marinha argentina, de que no dia em que o submarino fez contato pela última vez houve um "evento consistente com explosão" em um local próximo à sua última localização conhecida.

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