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Empresário confessa ter efetuado pagamentos a funcionários fantasmas

Antônio Nogueira, sócio-proprietário da Quality Serviços Médicos, prestou depoimento no bojo da Operação Pegadores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Polícia Federal desmontou organização criminosa na SES
Polícia Federal desmontou organização criminosa na SES (pf)

O empresário Antonio Nogueira, sócio-proprietário da Quality Serviços Médicos Ltda – uma das empresas alvo da Operação Pegadores – confirmou à Polícia Federal (PF) em depoimento, que dinheiro da Rede Estadual de Saúde foi utilizado para o pagamento de funcionários fantasmas.

O pagamento a ‘fantasmas’ é uma das três modalidades de desvios de dinheiro público, apontadas pela Polícia Federal à Justiça.

Há também a montagem de empresas de fachada, superfaturamento de contratos e o pagamento de supersalários a apadrinhados políticos. Ao todo, segundo a PF, mais de R$ 18 milhões foram desviados de 2015, quando iniciou a gestão Flávio Dino (PCdoB) e 2017.

Ao pedir à Justiça Federal a prorrogação das prisões de Rosângela Curado, Antonio Augusto Aragão, Ideide Lopes, Luiz Marques Barbosa Júnior e Mariano de Castro Silva, a PF apresentou à juíza Paula Souza Moraes, da 1ª Vara Criminal da Justiça Federal no Maranhão, o depoimento de Nogueira.

Nele, o empresário afirmou que a empresa foi criada a pedido de um cunhado de Mariano de Castro Silva – então assessor especial da Rede de Assistência à Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES) –, e que por ela passavam, basicamente, recursos oriundos do IDAC.

“Disse, também, em seu depoimento, que foram feitos pagamentos, a pessoas que não prestavam serviços nas unidades hospitalares, corroborando os elementos de prova que acompanharam a representação inicial, no sentido da existência de esquema de desvio de recursos públicos por meio de pagamento de ‘funcionários fantasmas'”, destaca a magistrada no despacho.

Empresa fantasma – No interrogatório a que foi submetido, Antonio Nogueira confessou que a Quality era uma empresa de fachada, cuja atividade limitava-se a receber e repassar valores da Saúde.

Segundo ele, Mariano Silva era o responsável por garantir que as notas fiscais para os pagamentos à empresa fossem atestadas.

“Ao cruzar referida informação com as notas fiscais apreendidas na sede do IDAC durante a 4ª Fase da Operação Sermão aos Peixes (denominada Operação Rêmora – relembre), […] a autoridade policial encontrou notas atestadas por Rosângela Aparecida da Silva Barros (Rosângela Curado) e Luiz Marques Barbosa Júnior, em favor da Quality”, acrescenta a juíza.

Foi com base no depoimento do empresário que a juíza prorrogou a prisão de cinco, dos 17 investigados da Operação Pegadores.

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