Lava Jato

Temer pede a Fachin reconsideração sobre envio de processos contra demais denunciados

Defesa do presidente da República pede ao relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal que "reconsidere" a decisão na qual permitiu o prosseguimento das investigações em relação aos demais denunciados pela PGR

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Temer diz que decisão pode levar ao risco de produção de provas contra quem somente no futuro será investigado
Temer diz que decisão pode levar ao risco de produção de provas contra quem somente no futuro será investigado (Michel Temer)

Brasília – A defesa do presidente Michel Temer pediu ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Edson Fachin que "reconsidere" a decisão na qual permitiu o prosseguimento das investigações em relação aos demais denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) sem direito ao foro privilegiado.

A decisão de Fachin foi tomada ao determinar o fatiamento do processo. Isso porque a Câmara rejeitou o envio da denúncia contra Temer para o Supremo, mas outros denunciados pela PGR não têm direito ao foro privilegiado e, com isso, poderão ser processados na primeira instância.

No ofício, enviado ao Supremo nesta quarta, 8, o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, argumentou que a continuidade dos processos em relação a outros acusados levará ao "consistente e perigosíssimo risco de ocorrer colheita de prova sem a participação daqueles que, no futuro, poderão vir a ser atingidos por ela."

A manifestação não pede para Fachin reverter o desmembramento, mas alerta para a possibilidade de prosseguimento das investigações que indiretamente poderiam atingir Temer, sem que ele possa se defender.

"Permitir que tal imputação tenha sequência em relação a alguns dos denunciados, e permaneça suspensa em relação a outros (dentre os quais, no dizer da absurda inicial acusatória, aquele que seria o líder da cerebrina organização criminosa), implica aceitar o risco de que, sem que estes últimos possam defender-se na eventual instrução criminal que venha a ser realizada, o julgamento dos fatos poderá atingir, irreversivelmente, aqueles que não puderam participar da colheita da prova, com prejuízo evidente a eles!", diz a peça.

Como ficou a denúncia

No último dia 31, Fachin formalizou a suspensão da denúncia contra Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) por organização criminosa, seguindo decisão da Câmara de desautorizar o prosseguimento do processo.

No mesmo ato, porém, atendendo a pedido da PGR, o ministro enviou para a primeira instância as denúncias por organização criminosa contra: Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-deputado e ex-presidente da Câmara; Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), ex-ministro da Secretaria de Governo; Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ex-ministro do Turismo e ex-presidente da Câmara; e Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor especial de Temer.

As investigações sobre eles foram enviadas ao juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato no Paraná.

No mesmo despacho, Fachin encaminhou para a Justiça Federal em Brasília a acusação por obstrução de Justiça imputada a: Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F; Ricardo Saud, executivo do grupo J&F; Lúcio Funaro, suspeito de ser o operador de propinas do PMDB; Roberta Funaro, irmã de Lúcio Funaro; Eduardo Cunha e Rodrigo Rocha Loures.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.