Inovação

Tratamento avançado de AVC por meio da neurointervenção

Técnica minimamente invasiva representa um dos mais recentes avanços para tratamento de acidente vascular cerebral, com redução de sequelas e mais rápida recuperação; 29 de outubro é Dia Mundial do AVC

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
(AVC / cabeça)

SÃO PAULO - A cada seis segundos, independente da idade ou sexo, morre uma pessoa vítima de acidente vascular cerebral (AVC). O problema, mais conhecido como derrame, apresenta como principais sintomas fraqueza ou formigamento na face e membros, especialmente em um lado do corpo, dor de cabeça intensa sem causa aparente, tontura, confusão mental e alterações visuais, todos de início súbito.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 5 milhões de pessoas morrem todos os anos devido ao AVC. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, esse número já ultrapassa 100 mil mortes/ano, sendo uma das principais causa de morte e incapacidade, com enorme impacto econômico e social.

Para os portadores de AVC, o HCor (Hospital do Coração) realiza tratamentos avançados, como a neurointervenção. Trata-se de uma técnica minimamente invasiva que, em casos de AVC isquêmico (entupimento da artéria), permite a desobstrução de grandes artérias, e nos casos de AVC hemorrágico (rompimento da artéria), a embolização de aneurismas cerebrais, malformações arteriovenosas do cérebro e da medula espinhal.

“É como um cateterismo cardíaco, introduzido pela virilha, só que em vez de ir para o coração vai para o cérebro, tratando essas lesões. O benefício desta técnica aos pacientes em relação às técnicas convencionais, é que em determinados casos o paciente não apresentará nenhuma sequela ou, pelo menos, terá uma melhora de 80%”, explica Marcus Alexandre Rotta, neurocirurgião endovascular do HCor.

De acordo com o neurocirurgião, um exame de angiotomografia aponta o local do coágulo que deve ser retirado e o procedimento deve ser iniciado imediatamente. “Com um cateter chega-se ao local, no cérebro. O stent é aberto e sua malha prende no coagulo que será puxado e removido. Esse procedimento é feito em casos selecionados e dura entre 30 minutos e uma hora, no máximo. Tudo é feito no setor de hemodinâmica ou na sala híbrida, e esse procedimento deve ser feito o quanto antes, assim que a suspeita diagnóstica for confirmada”, esclarece Rotta.

SAIBA MAIS

Morte e incapacidade

São 17 milhões de AVCs por ano no mundo

6,5 milhões de mortes a cada ano

Existem 26 milhões de sobreviventes de AVC no mundo

1 em cada 6 pessoas terão AVC durante a vida

Fique atento aos sintomas do AVC

É importante reconhecer os sinais de alerta do AVC e saber que o problema tem tratamento, se o paciente chegar rápido a um hospital preparado para o atendimento. “O AVC acontece devido a uma alteração na circulação de sangue em uma parte do cérebro. Ele pode ser isquêmico (quando falta sangue) ou hemorrágico (quando extravasa sangue).

Nestas situações, as células do cérebro podem ser lesionadas ou morrer. Dependendo da parte do cérebro que é afetada e do tempo até o tratamento, os efeitos do AVC nos sobreviventes podem ser devastadores para o corpo, para seu movimento e fala, bem como para o modo pelo qual a pessoa interage com o mundo ao seu redor”, esclarece Eli Faria Evaristo, neurologista clínico do HCor.

Para identificar um AVC

Os três sinais mais comuns do AVC são a mudança no sorriso, que se torna assimétrico, a perda de força em um dos braços e a dificuldade na fala, que pode se tornar enrolada. "Na identificação, o caminho certo é reconhecer os sinais e sintomas e, depois que existe essa suspeita, chamar a ambulância com urgência, e levar a pessoa imediatamente para um hospital”, explica o neurologista.

Se a suspeita se confirmar, é preciso iniciar rapidamente o tratamento da fase aguda do problema e, de forma contínua, um tratamento multiprofissional de reabilitação, incluindo médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, profissionais da área de psicologia e neuropsicologia. Além disso, é importante, também, identificar e tratar a causa do problema, para que não ocorra novamente, ao que chamamos de prevenção secundária.

Para reduzir o risco de AVC

Você sabia que 90% dos AVCs estão ligados a 10 fatores de risco evitáveis? Para reduzir os riscos, o neurologista clinico do HCor dá algumas dicas:

- Controle a pressão alta

- Faça exercícios físicos moderados cinco vezes na semana

- Tenha uma dieta saudável e balanceada (mais frutas e verduras, menos sódio)

- Reduza seu colesterol

- Mantenha seu peso adequado (evite a obesidade)

- Pare de fumar e evite exposição passiva ao cigarro

- Reduza a ingesta de álcool (homens: máximo de 2 doses/dia; mulheres: máximo de 1 dose/dia)

- Identifique e trate fibrilação atrial (arritmia cardíaca)

- Reduza seu risco de diabetes e converse com seu médico.

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