Ao contrário do pensamento popular, que aponta a responsabilidade pela manutenção da rede elétrica apenas para a distribuidora, a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) alerta para a divisão de atribuições no custeio das estruturas de distribuição de energia. Atualmente, além da companhia, a rede de fios e postes também é gerenciada por empresas do setor de comunicação, de fornecimento de internet e, no caso de São Luís, o poder público.

Um exemplo desta divisão de atribuições está na aplicação de recursos para a recuperação de postes danificados após colisões no trânsito. Dados da Cemar mostram que, de 1º de janeiro a 22 de outubro deste ano, já foram registrados 283 acidentes envolvendo postes na Grande Ilha. O último deles foi flagrado por O Estado na manhã de ontem, 25, e aconteceu na Rua 1, no Vinhais, quando a condutora de um veículo modelo Palio, de placas OTO-9055, perdeu o controle do carro na via e colidiu lateralmente com um poste de energia.

No caso da última ocorrência, por exemplo, como o veículo era segurado, a responsabilidade pelos danos ao poste é da seguradora, em comum acordo com o proprietário. Segundo a Cemar, considerando o custo total da substituição dos postes após acidentes (R$ 4 mil), a empresa aplicou R$ 1.132.000,00 para a troca de estruturas de rede comprometidas após os chamados abalroamentos (acidentes de carro com quebra de poste).

“As trocas de postes fazem parte do planejamento de expansão e manutenção preventiva do sistema elétrico, que avalia cada situação e faz a troca, conforme a necessidade técnica”, disse o executivo de Manutenção de Postes Regional Norte da Cemar, Eduardo Abreu.

Manutenção preventiva
Além do trabalho de troca dos postes após os acidentes de trânsito, a Cemar também investe na prevenção da rede diariamente, com equipes encaminhadas para pontos estratégicos, especialmente àquelas redes específicas para transmissão e distribuição de energia. Apesar de serem maioria, nem todos os postes fixados em São Luís são de responsabilidade da empresa. Em alguns pontos específicos da cidade, como na Avenida Colares Moreira (ao lado do Marcus Center), há postes de iluminação pública (mantidos pela Citelum, antiga Citeluz) e outros pontos de uso mútuo, ou seja, com fios da Cemar e de transmissão de dados (instalados por operadoras de telefonia).

No dia 12 de setembro deste ano, uma Ação Civil Pública - ajuizada pela Defensoria Pública do Estado do Maranhão (DPE) - garantiu que parte das empresas de telecomunicação que atuam na capital maranhense se aajustam às normas de compartilhamento de cabos, previstas na Resolução nº 414, de 2010 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Além de fixar multa de R$ 100,00 por ponto de fixação irregular, a ACP também fixou prazo de 180 dias para que a Cemar notifique essas empresas.

Solo
Além dos constantes acidentes, outro fator que contribui para o desgaste dos postes é o solo arenoso, característico da Ilha. Neste caso, é importante seguir recomendações técnicas. “Nossos postes são fixados em uma profundidade de até sessenta centímetros do solo e, dependendo da altura, mais dez por cento desta medida”, explicou Eduardo Abreu.
Para a fixação dos postes, basta o cliente ligar para o 116 e apresentar as informações necessárias. O Estado acompanhou um dos atendimentos do serviço, realizado na manhã de ontem, 25, no Araçagi, no Loteamento Enseada dos Sonhos, cujas casas foram construídas há menos de cinco anos.

SAIBA MAIS

Dicas de segurança para as pessoas que se deparam com um poste tombado

Jamais se aproxime de fios partidos ou caídos
Afaste-se de campos abertos, pastos e/ou campos de futebol
Não suba em postes e em torres de linhas de transmissão
Nunca tente podar árvores próximas à rede elétrica

Fonte: Companhia Energética do Maranhão (Cemar)

Acidente com poste

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