Flávio Dino

“Jaula humana” utilizada pelo governo em Barra do Corda deve ser denunciada à ONU

Deputados da Comissão de Segurança da Assembleia devem ir ao município onde um empresário morreu após ser exposto ao sol de 40° em “gaiolão” montado nos fundos de uma delegacia

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35
Jaula Humana matou o empresário Francisco Edinei, em Barra do Corda
Jaula Humana matou o empresário Francisco Edinei, em Barra do Corda (Gaiolão Barra do Corda)

Esta semana será decisiva para o futuro da “jaula humana” instalada na Delegacia de Barra do Corda – e que levou à morte de um empresário, após ser exposto ao calor de 40° dentro da cela. O caso deverá ser denunciado à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Organização dos Estados Americanos (OEA). Uma comissão de deputados da Assembleia Legislativa deve ir ao município para vistoriar a situação da “gaiola”.

Mantida pelo governo Flávio Dino (PCdoB) desde o início do mandato, a jaula humana de Barra do Corda foi descoberta na semana passada, quando o empresário Francisco Edinei Lima Silva, 40 – preso por embriaguez no trânsito – morreu, após ficar 18 horas exposto ao sol de 40°, dentro da cela. Hipertenso, ele passou mal devido ao calor. A causa da morte está sendo analisada pela perícia.

A Comissão de Direitos Humanos da Seccional Maranhense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) também já entrou no caso. A OAB pretende auxiliar a família nas ações contra o Estado, que devem resultar em indenizações, diante do perfil do empresário, um jovem de 40 anos em plena atividade comercial, com perspectiva de, ao menos, 30 anos de produtividade. A Ordem pretende também denunciar o caso à ONU.

Ainda na semana passada, em discurso na tribuna da Câmara Federal, o deputado Hildo Rocha denunciou o caso de Barra do Corda, acusou diretamente o governo Flávio Dino e encaminhou a denúncia aos organismos internacionais. Para Rocha, a jaula de Barra do Corda “é fruto direto da incompetência do governo comunista”.

O parlamentar do PMDB lembrou, inclusive, de outro caso de atrocidade cometida pelo sistema de Segurança comunista. Em 2015, o mecânico Irialdo Batalha, foi executado em praça pública, em Vitória do Mearim, após ser acusado de furar um bloqueio policial. O autor do crime foi um vigilante, que trabalhava diretamente com a polícia. O vigilante foi, inclusive, auxiliado pelos PMs na remoção do corpo.

Até agora, o governo só se manifestou publicamente para tentar explicar o uso da jaula de Barra do Corda. Na primeira nota, disse que a cela era herança do governo passado. Depois, tentou explicar que era usada apenas para banho de sol. Em relação à família, apenas um pedido de desculpas e votos de pesar.

AS AÇÕES CONTRA A JAULA

O que fará a Assembleia? A deputada Andrea Murad já solicitou formação de uma comissão para vistoriar a cela da Delegacia de Barra do Corda.

O que fará a Defensoria Pública? Divulgou nota condenando o uso da cela em Barra do Corda e manifestou apoio à família para reparação do estado pela morte do empresário.

O que fará a OAB-MA? Deve encaminhar o caso aos organismos internacionais de Direitos Humanos e pretende auxiliar a defensoria nas ações contra o governo comunista

O Que fará o Governo? Até agora, o governo não disse o que pretende fazer com a jaula de Barra do Corda, usada para alojar presos provisórios, como já admitiu o titular da delegacia.

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