Sérgio Moro

Juiz critica risos de Moro em filme sobre Lava jato

Carlos Valois, do Amazonas, disse que a “Justiça Penal verdadeira não devia ser local para alegria”

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36

BRASÍLIA - O juiz Luís Carlos Valois, da Vara de Execução Penal do Tribunal de Justiça do Amazonas, fez uma crítica relacionada à exibição do filme "Lava Jato – A Lei é para todos". Na pré-estreia do filme nesta segunda-feira, 28, o juiz Sérgio Moro foi recebido em tapete vermelho, com aplausos contidos, num shopping de Curitiba.

"Se o filme fosse sobre algum processo que eu já tive em minhas mãos, ninguém iria sorrir, nem eu, nem ninguém. Talvez fosse um filme de drama, talvez um de suspense, podia até ser um de terror, mas nenhum com a capacidade de se fazer sorrir comendo pipoca. Poderia fazer chorar, fazer virar a cara, dar nojo e até dar vontade de sair do cinema, mas nunca fazer sorrir. A justiça penal verdadeira não devia ser local, motivo, de alegria, mas de tristeza sempre, porque, quando age, age demonstrando o quanto falhamos como sociedade", escreveu o juiz Valois na web.

De acordo com reportagem da Folha, a plateia reagiu aos risos à conversa gravada entre Lula e Dilma Rousseff e à aparição do "japonês da federal". "Não é um filme político; é de entretenimento", disse o diretor Marcelo Antunez.

Para Valois, "não importa se a atuação da justiça penal pode ser transformada em algo plasticamente belo, o que já é uma deturpação da verdade, a justiça penal é triste, deve ser triste, para o bem da sociedade e da possibilidade de se manter são".

"Eu não vi esse filme, mas se ele é sobre justiça penal, polícia e prisão, e causa essa alegria toda, eu não vou ver...", completou o juiz em seu perfil no Facebook.

Moro nega transferência de Cunha

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, não autorizou a transferência definitiva do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para uma prisão de Brasília. Cunha está preso no Complexo Médico Penal de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, e já foi condenado a 15 anos e quatro meses de detenção.

Os advogados do ex-parlamentar fizeram o pedido de mudança sob o argumento de que o processo em Curitiba já acabou (a apelação corre na segunda instância) e ele será interrogado pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, no processo em que é investigado pelo esquema de corrupção no FI-FGTS.

"Não cabe, porém, a transferência definitiva para o sistema prisional do Distrito Federal, pois inexiste causa para tanto, observando que a família do condenado sequer reside naquela localidade", escreveu Moro.

Délio Lins e Silva, advogado de Cunha, alegou em sua petição que a mulher do ex-deputado, Cláudia Cruz, e suas filhas moravam no Rio e o deslocamento para o Paraná era mais difícil do que para o Distrito Federal. Segundo Moro, caso Cunha necessite mais tempo no Distrito Federal, basta que seja solicitado e informado o período de sua transferência.

"Assim, oficie-se ao ilustre Juiz Federal Vallisney de Souza Oliveira, com cópia deste despacho, informando que o condenado Eduardo Cosentino da Cunha está à disposição para ser apresentado para o referido interrogatório, devendo ser requisitada a apresentação dele pela Polícia Federal pelo Juízo da 10ª Vara", concluiu Moro, no despacho.

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