Filme

O glamour e seus efeitos retratados na telona

Editor de Política de O Estado, jornalista Marco Aurélio D’Eça estreia no cinema com filme que retrata os aspectos da glória e da tragédia no universo volúvel da moda e das redes sociais

Atualizada em 11/10/2022 às 12h36
Filme foi totalmente gravado em São Luís
Filme foi totalmente gravado em São Luís

SÃO LUÍS -Ao abordar na tela os dramas, sonhos e angústias de adolescentes que se lançam na aventura pelo sucesso e estrelato – pagando todos os preços possíveis – o jornalista Marco Aurélio D’Eça escolheu uma espécie de zona de conforto para se lançar no mundo das películas cinematográficas. E o filme “Glamour – Glória e Tragédia”, em fase de pós-produção, e com estreia já prevista para o fim de outubro, no Cine Praia Grande, é uma espécie de compilação de suas experiências pelo mundo fashion dos concursos de beleza e da moda, que ele vive paralelo à carreira jornalística, toda ela construída basicamente em O Estado.

Gravado totalmente em São Luís, com fotografia do carioca Carlão Limeira e com direção de arte do paraense Lucas Moraga (que entre outras produções tem no currículo a premiada websérie “Pretas”), “Glamour” conta a história de três meninas: Betina, Valentina e Pandora (duas crianças e uma adolescente), que fazem de tudo para ingressar no mundo artístico; ou para sair dele.

“O filme é um drama, ou um conjunto de dramas que se entrelaçam em um mesmo contexto, mostrando, de forma clara, as venturas e desventuras de quem se arrisca no mundo da moda e no mundo artístico. Mostra, por exemplo, a menina indiferente, cuja mãe projeta nela os próprios desejos de infância. E retrata os tipos que cercam e se aproveitam dessas meninas, gente de todos os tipos”, conta D’Eça, que além do roteiro original, assina a produção do filme, ao lado da mulher, Lêda Lima.

Pai de miss e marido de produtora de moda, o jornalista retratou um universo que ele próprio convive e acompanha, em todas as suas nuances. “Mas se trata de uma ficção, de uma história construída a partir da imaginação. As histórias retratam fatos que poderiam ser muito mais do que são; é a imaginação do autor”, filosofa.

Obra

“Glamour - Glória e Tragédia” tem elenco quase 100% maranhense, alguns atores descobertos em oficinas locais da agência “Produtores Associados”, do Rio de Janeiro, que desenvolve trabalhos em São Luís.

“São talentos natos, descobertos nas oficinas e que mostraram extremo talento nas filmagens”, diz o diretor artístico Jorginho Silpen, da Désir casa de atores, do Rio de Janeiro, que assinou a direção artística das cenas. Além da Produtores Associados, o filme maranhense tem a co-produção da Invisível Filmes, de Belém, que trouxe para São Luís a diretora de Produção Izabela Reis e o produtor e ator Guilherme Pimentel, responsável pelo figurino e cenografia.

Concomitante à exibição no Cine Praia Grande, “Glamour” já tem projeto de participação em festivais. Paralelo à saga da primeira película – e sua atuação no jornalismo político -, Marco Aurélio D’Eça já trabalha o segundo roteiro, que deve abordar os dramas causados pelo bullying. O autor vai, assim, construindo seu nicho num segmento social capaz de gerar boas histórias

Equipe do filme em uma das locações
Equipe do filme em uma das locações

ABRINDO O JOGO/MARCO AURÉLIO D’EÇA

“Construo cenários ficcionais e ideológicos”

Com 25 anos de estrada no jornalismo, 10 anos de atuação em blog, o jornalista Marco Aurélio D’Eça sempre foi envolvido com as produções artísticas e o mundo dos eventos. “Glamour – Glória e Tragédia” é muito fruto dessa trajetória. Seu envolvimento com as letras tem outros projetos engatinhados.

Como surgiu a ideia do filme?

Sempre gostei de escrever e de construir cenários ficcionais e ideológicos. “Glamour” é muito dessa experiência de ver e analisar que marca minha trajetória jornalística. A ideia do filme surgiu em 2014, quando passamos a conviver mais intensamente neste universo da moda, das artes e da interpretação, intensificada na relação com a Produtores Associados, do Rio de Janeiro. Mas há outros projetos, anteriores e posteriores.

O Estado – E quais esses projetos?

O primeiro deles surgiu ainda na época de faculdade. É o musical “Jesus Preto, porque não?”, uma releitura pop da lenda cristã que influenciou o ocidente. Há o segundo filme já em fase de roteiro, com o título provisório de “Bullying”, e um livro intitulado “Mil Manchetes de jornal”, que faz um apanhado histórico dos 25 anos de jornalismo político, causas e consequências de cada fato retratado nos jornais, sobretudo O EstadoMaranhão, onde atuo desde o início de minha formação acadêmica.

Como se dá a transição de um jornalista eminentemente político para o mundo das artes, o cinema e a literatura?

Como repórter político eu sempre preferi a análise à reportagem, a cobertura crua dos fatos. Sempre fui arredio a fazer entrevista, cobrir solenidades, à cobertura diária. Prefiro ver e escrever sobre cada fato, analisando-os a partir do meu ponto de vista, carregando-os com meus valores, minhas ideias e minha visão de mundo. Foi assim que iniciei o blog, em 2006. Daí para o prazer de escrever histórias foi um pulo.

E a sensação de estrear nas telas?

“Glamour” é como um filho. A confirmação da gestação, o parto e agora o nascimento. E a partir daí é acompanhar seu desenvolvimento ao longo da história, sua trajetória no mundo.

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