Devastação

Inundações deixam seis mortos e 20 desaparecidos no Japão

Soldados e socorristas trabalham para resgatar milhares de pessoas no sudoeste do país. Províncias de Fukuoka e Oita tiveram em 24 horas chuvas equivalentes a 45 dias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37

TÓQUIO - Gigantescas inundações deixaram pelo menos seis mortos e 20 desaparecidos no sudoeste do Japão, onde as autoridades tentam resgatar centenas de milhares de habitantes. Chuvas de magnitude sem precedentes geraram fortes correntes de águas que arrasaram estradas, casas e escolas.

Milhares de soldados e socorristas foram enviados ao amanhecer de ontem, anunciou o porta-voz do governo, Yoshihide Suga, para resgatar pessoas impedidas pelas cheias e retirá-las, até com helicópteros, da zona ameaçada por deslizamentos de terra. Segundo o governo, 250 pessoas foram resgatadas.

"Nos encontramos em uma situação gravíssima", declarou o vice-primeiro-ministro, Taro Aso, em uma reunião ministerial de urgência, devido à ausência do chefe de Governo, Shinzo Abe, que está em Bruxelas. "Ainda podem ocorrer deslizamentos e muitas pessoas continuam desaparecidas", explicou Aso.

Há 20 desaparecidos - entre eles uma criança que pode ter sido arrastada pela correnteza - nas províncias de Fukuoka e Oita, na ilha meridional de Kyushu, a 900 km de Tóquio, que receberam 540 mm de chuvas em 24 horas, o equivalente a 45 dias na temporada de chuvas. A passagem de um tufão na semana passada já havia inundado a área.

A grande quantidade de chuvas deve continuar a atingir a região durante as próximas horas, indicou a agência japonesa de meteorologia. Mas as autoridades substituíram o nível de alerta especial por outros mais baixos ao longo desta quinta.

"Vinte pessoas estão desaparecidas", anunciou Yoshihide Suga, acrescentando que cerca de 7.800 policiais, socorristas e soldados foram enviados às zonas.

'Segure-se bem!'

Ryoichi Nishioka, que cultivava flores em Asakura, tentou - em vão - salvar as suas plantações da cheia. "Tentei cobri-las, mas não consegui", relatou à AFP. "Turbilhões de água inundaram a zona e arrastaram os aquecedores".

Nishioka, de 67 anos, relatou também como passou uma parte da noite dando apoio moral a outro homem que estava preso em um poste para se proteger de uma onda de lama.

"Não havia eletricidade. Assim que o iluminei do primeiro andar com uma tocha, o encorajei durante três horas". "Gritava, 'segure-se bem!'". O homem foi resgatado, comemora Nishioka.

Em outro local, o rio Kagetsu transbordou e destruiu uma ponte ferroviária, interrompendo a circulação de trens, indicou um porta-voz da companhia ferroviária. Muitas outras linhas de trem tiveram atrasos ou cortes pelas chuvas, e algumas escolas estavam fechadas.

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