Contrato

Apenas duas empresas disputaram licitação em Buriti Bravo

Empresa vencedora de certame e que já recebeu R$ 8,1 milhões do Governo, é acusada de desvio de dinheiro público pela Polícia Federal no estado do Tocantins

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Contrato foi firmado pelo Governo do Maranhão
Contrato foi firmado pelo Governo do Maranhão (Flávio Dino)

Apenas duas empresas participaram da concorrência pública realizada pela Comissão Central Permanente de Licitação (CCL) do Governo do Estado, no mês de junho do ano passado, para a construção de uma estrada que liga a sede do município de Buriti Bravo e o povoado Café Buriti, e que teve como vencedora a empresa Epeng (Empresa projetos Engenharia Ltda).

A empresa, que já recebeu R$ 8,1 milhões do contrato por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra), é investigada pela Polícia Federal por suspeita de desvio de pelo menos R$ 200 milhões – num esquema com outras seis empreiteiras ou consórcios -, de um empréstimo internacional de R$1,2 bilhão no estado do Tocantins.

Na licitação em que saiu vencedora, a Epeng concorreu com a empresa Terramata Ltda. A Epeng ofertou o valor de R$ 29.793.900,38 pela obra. Já a Terramata sugeriu contrato no valor de R$ 30.132.405,33.

Após análise técnica, como assegurou o Governo por meio de material institucional publicado no site do Executivo, sob o título “Encerrada licitação para construção de rodovia em Buriti Bravo”, a CCL comprovou que as duas empresas haviam atendido as exigências do edital de licitação.

Como houve empate, a comissão declarou a Epeng vencedora por ter apresentado o menor preço pela obra. “Dessa forma, findamos esta licitação que visa concretizar a política do governador de oferecer melhores condições de infraestrutura à população daquela região”, afirmou na ocasião, o presidente da Comissão Especial, Odair José Neves.

A licitação teve por objetivo a contratação de empresa para construção da rodovia, com melhoramentos físicos nos trechos da MA-034 e MA-132 com a MA-282, na cidade de Buriti Bravo. O contrato engloba um trecho de 23 quilômetros para pavimentação.

A obra é financiada com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Investigação – Na edição de ontem, o Estado mostrou que a Sinfra já havia efetuado o pagamento de R$ 8,1milhões para a empreiteira.

Segundo dados do Portal da Transparência, a Epeng, do empresário maranhense Fancisco Antelius Vaz – que chegou a ser preso no estado do Tocantins durante a Operação Ápia -, faturou R$ 7,6 milhões pela obra de construção e melhoramentos do trecho entre o entroncamento da MA-132 com a MA-034, em Buriti Bravo, e o entroncamento da MA-282 com a MA 034, no povoado Café Buriti.

Foram R$ 5,67 milhões, em quatro parcelas, no ano de 2016, após um contrato assinado em junho, e mais R$ 1,95 milhão em 2017, em uma única parcela. Alguns dos pagamentos ocorreram após a prisão de Vaz.

Em conjunto com a empresa FN Sondagens, a Epeng detém, ainda, outro contrato com a Sinfra: para construção de uma ponte sobre o Rio Pericumã, na MA-211, entre Bequimão e Central do Maranhão, na Baixada Maranhense.

Por esse contrato, chegaram a ser empenhados R$ 2,25 milhões em 2016, mas não houve pagamento naquele ano. Já em 2017 foram quitados R$ 546 mil. O pagamento foi feito na semana passada.

No total, os contratos da Epeng com o Governo do Maranhão chegam a quase R$ 100 milhões. São R$ 68,3 milhões para a construção da ponte na Baixada e outros R$ 29,7 milhões para a rodovia de Buriti Bravo.

Saiba Mais

O Estado entrou em contato com o Governo do Estado e pediu um posicionamento a respeito da situação dos contratos da Epeng no Maranhão. Perguntou se haverá revisão dos contratos, acompanhamento pela Secretaria de Transparência e se há alguma pendência por parte da empresa em relação aos serviços prestados no estado. Até o fechamento desta edição, contudo, não houve resposta.

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