Senado

Candidatos apoiados pelo Palácio dos Leões largam mal na disputa

Nomes preferidos do governo, os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Waldir Maranhão (PP) apareceram mal posicionados em pesquisa

OEstadoMA

Atualizada em 11/10/2022 às 12h37
Palácio tem predileção por Weverton Rocha e Waldir Maranhão
Palácio tem predileção por Weverton Rocha e Waldir Maranhão (Weverton Rohca tem sido bombadeado em todo o Brasil)

A divulgação do resultado da pesquisa Escutec de intenções de votos contratada pelo PMDB assinou o sinal de alerta para pelo menos dois pré-candidatos a senador.

Nomes preferidos do Palácio dos Leões, os deputados federais Weverton Rocha (PDT) e Waldir Maranhão (PP) apareceram mal posicionados no levantamento, o que os colocou em situação de desvantagem diante dos principais adversários logo na “largada” da corrida eleitoral rumo a 2018.

Segundo os números divulgados, o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho (PV), lidera a disputa para o Senado. Num cenário com sete candidatos, ele tem 20,5% das intenções de votos, tendo sido citado como primeira opção por 13% dos entrevistas e como segunda opção por outros 7,5%.

Nesse cenário, os dois dos prováveis candidatos apoiados pelo governador Flávio Dino estão apenas em quinto e sexto lugar. Weverton Rocha (PDT) teria 10,4% (6,2% e 4,2%) e Waldir Maranhão (PP), 10% (6,3% e 3,7%).

Os números surpreenderam negativamente os governistas, no caso do pedetista pelo volume da sua pré-campanha, e, no de Waldir, pela superexposição do parlamentar desde os episódios envolvendo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Em campanha – O deputado Weverton Rocha é quem se movimenta há mais tempo de olho em uma candidatura ao Senado.

Ainda em dezembro do ano passado ele realizou a primeira reunião em busca de apoio de lideranças. Em Santa Inês, ele participou de um encontro na residência do casal Vianey Bringel, prefeita eleita de Santa Inês, e Robert Bringel, ex-prefeito da cidade. O evento reuniu onze prefeitos atuais e eleitos, além de deputados federais e estadual, vereadores e lideranças políticas de diferentes regiões do estado.

Mais tarde, já no início de 2017, outro encontro do tipo: desta vez em Codó. E há duas semanas, outro evento, desta vez em Balsas.

Apesar de toda a movimentação – e de ser tratado como principal nome do governo na disputa para senador -, o parlamentar não apareceu bem na consulta Escutec, o que pode provocar uma correção de rumos.

Waldir aposta em apoio de Flávio Dino

Desde que atuou decisivamente para tentar reverter o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) – ele estava na presidência da Câmara quando deu despacho anulando a abertura do processo de afastamento -, o deputado federal Waldir Maranhão (PP) acredita que se cacifou para a disputa de senador.

O acordo teria sido fechado ainda em 2016, justamente nos dias que antecederam a decisão de Waldir. Pelo acerto, ele anularia o processo e, em troca, ganharia do PT e do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), garantias de que seria candidato a uma das duas vagas no Senado.

A partir disso, ele tem trabalhado com essa certeza. E se declara candidato a senador.

“A minha disposição é essa: disputar o Senado. Vou tentar mostrar que sou viável na base”, disse ele em janeiro ao Estadão. Segundo o jornal, foi nessa ocasião que Maranhão confirmou o acerto envolvendo a tentativa de anulação do impeachment.

Flávio Dino nunca se manifestou publicamente sobre o assunto. Aliados com trânsito no Palácio dos Leões, no entanto, confirmam que a intenção do comunista é cumprir o acordo, desde que o PT também garanta apoio ao deputado, como prometido pelo ex-presidente Lula.

Relação com advogado preso e processo no STF podem pesar

Dois fatores podem ter sido preponderantes para o fraco desempenho de Weverton Rocha na primeira pesquisa Escutec: um processo em que ele virou réu no Supremo Tribunal Federal (STF) e a relação com o advogado Willer Tomaz, preso pela Polícia Federal em maio em São Luís, acusado de envolvimento em crimes no âmbito dos desdobramentos da Operação Lava Jato – ele defendia interesses do grupo JBS.

No STF, a primeira Turma da Corte aceitou, em março, denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal e tornou réu o pedetista pelos crimes de violação à Lei de Licitações e peculato.

Ele é acusado de irregularidades, em 2009, quando era secretário de Esporte e Juventude do Maranhão, na contratação de uma empreiteira e de dispensa de licitação para a reforma do Ginásio Costa Rodrigues. Mas nega qualquer irregularidade.

“A licitação em questão foi dispensada com base em decreto de emergência do então governador Jackson Lago, dentro do prazo estipulado, e fundamentada pelo parecer da Assessoria Jurídica da Secretaria de Esportes”, disse Rocha à época, em nota.

Negócios - A relação com Willer Tomaz envolve a ainda nebulosa venda do Sistema Difusora ao deputado do PDT.

Quando foi preso em São Luís, Tomaz preparava-se para fechar negócio, adquirindo parte de uma empresa de um assessor de Weverton, em nome de quem seria efetivada a aquisição da empresa.

O parlamentar nunca se pronunciou oficialmente sobre o caso, mas nos bastidores já era tido como certo o apoio – financeiro, inclusive – do advogado à campanha de Rocha.

Outro dado que reforça a proximidade dos dois é que, após a prisão de Tomaz, o pedetista esteve quatro vezes na cadeia em visita ao aliado. Questionado sobre o assunto, não demonstrou qualquer constrangimento.

“Amigo é para bons e maus momentos”, declarou.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.