Livro

Panorama artístico do Maranhão

Eliézer Moreira lança hoje o livro e o portal “Arte Plástica no Maranhão”, às 19h, no Espaço Fátima Lima; plataformas reúnem a coleção do escritor e pesquisador

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Eliézer Moreira catalogou a arte contemporânea maranhense
Eliézer Moreira catalogou a arte contemporânea maranhense

SÃO LUÍS- Mais de 60 artistas plásticos e cerca de 300 obras de arte fazem da coleção de Eliézer Moreira Filho uma das maiores do Maranhão. A paixão pelas artes produzidas no estado sempre foi acompanhada pela vontade do colecionador em conhecer mais sobre os movimentos e a história da arte local. O resultado sai agora no livro “Arte Plástica no Maranhão – Séculos XX e XXI”, bem como no portal que congrega toda sua coleção. O lançamento de ambos será hoje, às 19h, no Espaço Fátima Lima (Avenida dos Holandeses). Na ocasião, também será lançada a nova coleção de móveis da loja.

Eliézer Moreira começou a colecionar arte ainda na década de 1970 e sua primeira tela foi do artista plástico Péricles Rocha, de quem tem 40 trabalhos. A última foi adquirida recentemente e leva a assinatura do pintor francês que por muitos anos morou no Maranhão, o hiperrealista Philippe Lhuillier.

Escritor, pesquisador e colecionador, Eliézer Moreira diz que o livro é uma forma de disponibilizar ao público sua coleção, bem como também uma maneira de preservá-la, visto que hoje seu principal gargalo é espaço para guardar de forma adequada a coleção. Parte dela está exposta em seu apartamento e outra em casas de parentes ou encaixotadas. “Nosso clima não favorece o colecionador que precisa de um ambiente salubre, adequado para guardar as obras. Lutamos contra a umidade e não temos, infelizmente, como preservar tudo como gostaríamos”, diz o escritor.

Além de imortalizar a coleção – que reúne trabalhos de nomes como Celso Antonio, Fernando P, Ambrósio Amorim, Jesus Santos, Antonio Póvoas, Beto Lima, entre outros – o livro pretende preencher uma lacuna na literatura das artes plásticas locais.

Eliézer Moreira lembra que o extinto Banco do Estado do Maranhão editou, em 1994, o livro “Arte do Maranhão 1940 – 1990”, um referencial das artes plásticas daquele período. “O que tento fazer com este livro é dar uma continuidade a este trabalho. O livro extrapola a minha coleção no momento em que sai dos limites do estético e entra na história”, diz Eliézer Moreira.

Além de reunir imagens dos trabalhos, o livro traz textos que falam sobre os fenômenos e efemérides artísticas relacionadas aos movimentos culturais de cada época, acontecimentos mais relevantes e também a visão do autor sobre o cenário das artes plásticas maranhenses. “É necessário criarmos, com urgência, uma Escola de Belas Artes para que nossos artistas possam desenvolver suas técnicas. Temos muitos artistas talentosos no Maranhão mas que precisam de políticas públicas que os incentivem a ir além”, opina o escritor.

Livro será lançado nesta quinta
Livro será lançado nesta quinta

Conteúdo

O livro é dividido em três capítulos e ricamente ilustrado com as obras de arte do colecionador. O primeiro trata do século XX, seus movimentos, acontecimentos e nomes mais evidentes a começar pelos anos 1920. Neste capítulo, Eliézer Moreira destaca os salões de arte, a Movelaria Guanabara, o Centro de Arte Japiaçu, Movimento Antroponáutica, Laboarte, Movimento Gororoba, Grupo Mirarte, as Coletivas de Maio e as galerias de arte. “É incrível como no século passado tínhamos em nossa cidade mais de 20 galerias de arte entre públicas e particulares e hoje este número reduziu para cerca de seis ou sete. Hoje, nossos artistas não têm onde expor suas obras epor isto acabam indo para espaços alternativos como lojas e em menor número, shoppings”, lamenta o pesquisador.

O capítulo se dedica ao século XXI e começa com a Mostra do Descobrimento, passa pelos novos nomes das artes plásticas, colecionadores e coleções de arte até atingir os dias atuais.

O último capítulo trata sobre estilos e temas dominantes no Maranhão nos séculos XX e XXI. Assim, o escritor destaca nos nomes da arte figurativa, retrato, arte religiosa, escultural, pública, grafite, naif, xilogravura, litogravura, arte urbana, fantástica, abstrata, paisagismo, instalação, performance, entre outros estilos. Neste mesmo capítulo fala sobre os chargistas, entre os quais está o diretor de Redação de O Estado, Clóvis Cabalau.

Na rede

Ainda como parte do projeto de dar visibilidade às artes plásticas no Maranhão, Eliézer Moreira inaugura um portal na internet (www.artenomaranhao.com.br), que abrigará não apenas sua vasta coleção, mas também abre espaço para artistas, colecionadores e interessados em arte. “O portal foi pensado por mim e minha esposa, Maria de Lourdes, para que todos possam ter acesso a estes acervos bem como a informações sobre as artes no Maranhão”, diz Eliézer Moreira.

Na página, é possível encontrar informações sobre o autor, os artistas, as obras, curiosidades, notícias e ainda um mapa com localização de museus, galerias e ateliês em São Luís.

Perfil

Eliézer Moreira Filho é bacharel em Direito formado pela Universidade do Brasil, pós-graduado em Administração Pública pela Fundação Getúlio Vargas. É membro da Academia Maranhense de Letras, ex-deputado estadual e federal constituinte, ex-executivo público, tendo exercido por 10 vezes cargos de secretário de Estado, entre outros, no Maranhão. Exerceu ainda funções técnicas na Secretaria de Planejamento da Presidência da República e no Ministério do Planejamento, em Brasília.

É autor dos livros “Memórias de meu tempo” e “Histórias que os jornais não contaram”, ambos de 2008, publicados pela Universidade Ceuma; “Celso Antonio e o modernismo – um gênio esquecido”, de 2012, que saiu pelo selo da EdUfma; “Memórias de família”, edição do autor, de 2014; e “Maranhão Novo”, edição do autor.

Serviço

O quê

Lançamento do livro e portal “Arte Plástica no Maranhão”, de Eliézer Moreira

Quando

Hoje, às 19h

Onde

Espaço Fátima Lima – Avenida dos Holandeses, qd 1, nº 1, Ed. João Luís

Preço do livro

R$ 100,00

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