Crise Política

Artistas e populares vão às ruas pregando “Diretas Já”

Manifestação reuniu cantores como Caetano Veloso e Criolo e lotou Copacabana com gritos de “Fora Temer” e contra a escolha de novo presidente pela Câmara

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
manifestantes foram à Praia de Copacabana em protesto
manifestantes foram à Praia de Copacabana em protesto (Manifestações)

RIO - Artistas e lideranças políticas coordenaram uma manifestação, neste domingo, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro, por “Diretas Já”. Caetano Veloso, Mano Brown, Criolo, Teresa Cristina, Martnalia, Mosquito, Pretinho Da Serrinha, Cordão Da Bola Preta, Pedro Luís, Digitaldubs e Bnegão fizeram apresentações no ato. Atores como Fábio Assunção, Wagner Moura, Lúcio Mauro Filho e o escritor Gregório Duvivier gravaram vídeos divulgados nas redes sociais para pedir "Diretas Já".

O ato foi organizado pela Frente Povo Sem Medo e pela Frente Brasil Popular.

"É um fato: Temer não se sustenta mais na presidência! Agora é hora de escolhermos o nosso caminho para decidir o futuro do país: acordo entre os deputados ou eleição pela população", diz a descrição do evento em rede social. "Não podemos abrir mão dessa escolha e deixar que a Câmara Federal, formada por parlamentares tão corruptos quanto Temer e seus aliados, decidam por nós", completa.

Para a ativista Ana Ribeiro, do movimento Frente Brasil Popular, o ato "Diretas Já" é um grito que caminha lado a lado com o grito de "Fora Temer". “Esse ato nasceu durante a última manifestação que fizemos na Cinelândia. Toda aquela violência, repressão, transformou nosso protesto em um cenário de guerra, e isso fez com que a gente pensasse em um ato diferente, que dialogasse com a população. O ‘Rio pelas Diretas Já’ é um grito de ‘Fora Temer’. Nós esperamos que esse grito ecoe pelo resto do país”, explicou.

O integrante da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Augusto Carlos Leal, descreveu o ato como um festival cultural, que foge dos padrões, e principalmente, das cenas de guerra vistas nas últimas manifestações. “Muito importante um ato assim. Foge dos padrões que temos vistos ultimamente, cheio de violência, bomba, polícia oprimindo. Aqui nós temos uma atmosfera pacífica. Vamos ter em Copacabana hoje um ato cultural, unindo grandes nomes da música, celebridades e população para debatermos, discutirmos idéias que possam ajudar a criar um Brasil melhor”, comentou.

A cantora e atriz Zezé Motta foi uma das figuras que subiram ao carro de som na manhã deste domingo, para discursar e cantar o sucesso que imortalizou no carnaval de 1989 pela Imperatriz Leopoldinense, e que acabou virando um dos hinos durante as Diretas Já, nos anos 1990, "Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós".

"Nós não podemos aceitar que esse congresso, que tem mais de 200 integrantes sendo investigados, determine nosso presidente. Nós precisamos e queremos votar diretamente. Nunca imaginei que após 30 anos eu estaria novamente pedindo pelo direito de escolher quem vai comandar o meu país. Cantar essa canção depois de tanto tempo, e dessa vez, novamente, voltar a cantá-la não em um momento feliz, mas em um momento de comoção nacional", disse, antes de começar a cantar à capela, em parceria com os manifestantes que já se encontravam na praia de Copacabana.

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No sábado, 27, a ONG Rio de Paz também fez uma manifestação em Copacabana contra os escândalos de corrupção na política e fincou na areia 595 máscaras, representando 81 senadores, 513 deputados federais e o presidente da República. A maioria das máscaras estava pintada de vermelho para simbolizar a vergonha que deveria estar estampada nos rostos dos políticos brasileiros, informou a ONG.

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