Repercussão

Crise em Brasília repercute em discursos na Assembleia legislativa

Edilázio Jr. repudiou atos de vandalismo registrados em manifestações no DF; Bira do Pindaré disse que deputados federais podem vender votos em eleição indireta

Gilberto Léda - Da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Edilázio Júnior e Bira do Pindaré
Edilázio Júnior e Bira do Pindaré (Deputados)

A crise política em Brasília, as manifestações na capital federal e o desfecho do caso – que pode ocorrer com uma eleição indireta para presidente da República – foram temas de destaque ontem na Assembleia Legislativa do Maranhão.

Em discurso na tribuna, o deputado estadual Edilázio Júnior (PV), por exemplo, manifestou repúdio aos atos de vandalismo praticados por manifestantes contra o patrimônio público em Brasília.

Durante os protestos, houve depredação na Esplanada dos Ministérios. Prédios, paradas de ônibus, bancas, orelhões e refletores destruídos com uso de pedras e fogo.

“O que nós vimos em Brasília pelos meios de comunicação foram imagens de baderna e de vandalismo. E aí nada contra se manifestar, o que nós não podemos ser favoráveis é à depredação do nosso patrimônio”, disse.

Edilázio lembrou que no ano passado, durante as manifestações em favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), não havia registro de depredação do patrimônio público.

“Nós acompanhamos as manifestações contra a presidente Dilma pedindo ‘Fora Dilma’. Nós vimos 1 milhão de pessoas na [avenida] Paulista, da mesma forma em Brasília também mais de 300 mil pessoas, e não vimos um empurra-empurra, não houve um quebra-quebra, não houve um spray de pimenta, porque as pessoas que saíram de casa para se manifestar contra o PT eram pessoas de bem, famílias. Quantos de nós vimos crianças, idosos naquelas manifestações. E ontem o que nós vimos eram só mascarados, quebraram todas as paradas de ônibus, atiravam pau e pedra contra a polícia. Tocaram fogo em três Ministérios, quebraram os computadores. E tudo aquilo é patrimônio nosso, é patrimônio do país”, completou.

O parlamentar classificou como correta a decisão do presidente Michel Temer (PMDB) de convocar as Forças Armadas para fazer a contenção dos atos de vandalismo e repudiou a atuação de militantes de esquerda nos movimentos. A decisão, depois, foi recogada pelo peemedebista.

Corrupção – Já o deputado Bira do Pindaré (PSB), egresso do PT, preferiu reagir à possível realização de eleição indireta caso Temer seja tirado do cargo.

Para o socialista, se a escolha do novo presidente ocorrer pelo voto dos deputados federais, haverá “o maior esquema de corrupção que a gente viu no Brasil”.

O deputado não fez qualquer ressalva, sequer, a seus aliados e colegas de partido, como Rubens Júnior (PCdoB), José Reinaldo (PSB), Weverton Rocha (PDT).

“O que vai ser uma eleição indireta? A eleição indireta é o paraíso dos corruptos. Quanto vai custar o voto de um deputado na eleição indireta? Quanto que vai custar o voto de um deputado federal em uma eleição, eventualmente como a eleição indireta? Vai ser o maior esquema de corrupção que a gente viu no Brasil, e aí a gente não consegue virar essa página nunca”, disparou.

Correlata

Auisio Mendes reage a discurso de Bira

O deputado Aluisio Mendes reagiu com indignação ao discurso do deputado Bira do Pindaré em que afirma que uma eventual eleição indireta de presidente da República na Câmara Federal será o maior esquema de corrupção que já se viu no Brasil.

“Se o mandato e o voto dele têm preço, os meus não têm”, afirmou Mendes.

Ao defender a tese de eleições diretas no caso de perda do mandato do presidente Michel Temer, Bira do Pindaré afirmou que, se houver eleição indireta, os votos dos deputados federais serão comprados por eventuais candidatos.

“Ele mostra total irresponsabilidade ao fazer essa afirmação. Fui contra a cassação da ex-presidente Dilma Rousseff e naquela ocasião já defendia eleições diretas para escolha de um novo presidente. Mas não admito que coloquem em dúvida o meu mandato e o meu voto. Bira do Pindaré não pode medir a postura dos outros pela atuação dele como parlamentar”, enfatizou Aluisio Mendes.

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