Celebração

Exposição para celebrar 30 anos de história

Itaú Cultural celebra três décadas de atividades voltadas para o incentivo das artes no Brasil e promove exposição como primeira atividade comemorativa

Adriano Soares OESTADOMA.COM

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38

SÃO PAULO- O Instituto Itaú Cultural comemora 30 anos de atividades. Para celebrar a data, uma série de ações estão sendo realizadas pela instituição ao longo de 2017, entre elas, uma mostra cultural, na Oca, localizada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, que será aberta ao público a partir de hoje e segue até o dia 13 de agosto.

Se apropriando das diversas formas de ver a variedade cultural, social e humana do país, a mostra "Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos", ocupará os mais de 10 mil metros quadrados da Oca, um dos símbolos arquitetônicos de São Paulo, que compõe o complexo do Parque do Ibirapuera, projetado pelo ilustre arquiteto Oscar Niemeyer. A exposição é considerada a maior já realizada pelo instituto até hoje.

A mostra

Com curadoria de Paulo Herkenhoff, coautoria de Thais Rivitti e Leno Veras, a mostra apresenta ao público mais de 750 peças, que pertencem ao Acervo de Obras de Arte do Itaú Unibanco. O local foi preparado e reajustado para receber a exposição que celebra os 30 anos da instituição. Todos os expostos foram adquiridos com recursos próprios do Itaú Cultural.

Desde 1987, servindo como suporte institucional do banco Itaú, o instituto é um grande produtor de conteúdo sobre a arte e a cultura brasileira. Em seus 30 anos de existência, o Itaú Cultural já distribuiu gratuitamente cerca de 973 mil itens a escolas, bibliotecas, fundações, educadores, gestores culturais, veículos de comunicação em geral, conteúdo e projetos frutos de suas produções que têm colaborado para a difusão multicultural do país.

Na exposição comemorativa pelos 30 anos da instituição, todos os quatro pavimentos da Oca são ocupados com obras das mais diversas vertentes que vão da parte histórico-cultural de São Paulo, onde a mostra está instalada, passando pela cibernética, até as invenções simbólicas na construção do Brasil influenciadas nas culturas africanas barroca.

Entre as várias iniciativas do Itaú Cultural, a de reorganizar os espaços culturais em um curto período de tempo é uma das ações mais importantes do instituto, deixando um legado posterior a futuras intervenções artísticas que poderão, ou não, acontecer no local. A própria mostra Modos de Ver o Brasil é um exemplo disso.

Educação cultural, esse é o papel histórico da instituição, que vem atuando também em parcerias público-privados para a expansão da divulgação cultural brasileira. Vários estados já foram contemplados com ações e projetos do instituto. Segundo Eduardo Saron, diretor do Itaú Cutural, ainda é necessário chegar a mais lugares do Brasil. Contudo, a instituição tem trabalhado para alcançar regiões de todo o país.

Modos de Ver o Brasil

A mostra multiartística, ocupa os quatro andares da Oca, no Ibirapuera. Cada pavimento traz uma abordagem diferenciada sobre as formas de ver o Brasil, passando por representações que permeiam a cultura popular, histórica e social do país.

No pavimento térreo, quem visita a exposição encontra um espaço dedicado a cidade de São Paulo, com obras que fazem uma narrativa visual que envolvem o passado e o presente da maior metrópole brasileira. Concretismo e neoconcretismo e modernidade se inter-relacionam por meio de obras de nomes como Alfredo Volpi e Mario de Andrade.

Já no subsolo, a cibernética conceitual também tem seu espaço na mostra. Experimentos da arte brasileira, como a teoria dos Valores, Natureza, Subjetividade, Escritura e Gambiarra pedem passagem para mostrar ao visitante formas dinâmicas de retratar o país.

Durante a exposição, o Pós-Guerra é representado no primeiro andar da Oca. De acordo com os curadores da mostra, durante esse período, uma série de questões reuniram os artistas brasileiros em torno das artes visuais. Os núcleos representados nesse espaço são o Geracional, Bidimensional e Tridimensional. A primeira geração dos chamados cinéticos (representações sintetizadas) possui representação nesse pavimento.

No segundo e último piso, o Barroco e o Neo Barroco são representados como meios que influenciaram no processo de formação social do Brasil. Tomando como aspecto dois momentos da história brasileira, a escravidão e a tomada das terras indígenas. Obras de artistas como Aleijadinho, Adriana varejão, Cândido Portinari e Alberto da Veiga Guignard são representados nesse núcleo da exposição.

Pilares da exposição

O curador da mostra, Paulo Herkenhoff, afirma que uma exposição artística-cultural não se faz sozinho. Segundo ele é necessário um diálogo crítico com outras pessoas. A articulação conceitual foi levada em conta durante todo o processo de desenvolvimento da ação comemorativa dos 30 anos do Itaú Cultural, na Oca

Herkenhoff conta que a mostra foi idealizada em quatro camadas. A primeira foi um estudo acerca do acervo do instituto, além de entender a instituição. A segunda, uma indagação de como o Itaú trata com as obras de arte que possui. Logo depois, o estudo da estrutura do espaço onde a exposição seria montada, no caso, a Oca, no Parque do Ibirapuera. Por fim, o caráter múltiplo das formas culturais, atreladas a o que o curador da mostra chama de “geografia humana”, superando os abismos sociais brasileiros.

Durante a coletiva de imprensa da mostra comemorativa dos 30 anos do Itaú Cultura, realizada na manhã desta quinta-feira (18), Paulo Herkenhoff lembrou de uma citação do crítico de arte e literatura brasileiro, Mário Xavier Pedrosa. “Em tempos de crise, é preciso estar com os artistas”, declarou.

De acordo com Eduardo Saron, a proposta da exposição Modos de Ver o Brasil: Itaú Cultural 30 anos, faz jus ao nome, que é o de alcançar diferentes públicos, por meio das diversas linguagens das obras. Ainda não há previsão para que a mostra, ou cortes dela, seja exposta em outros estados.

A exposição será aberta ao público no dia 25 de maio até 13 de agosto, na Oca, situada no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. A entrada é gratuita.

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