Precariedade

Pais de estudantes denunciam situação precária em escola

Até o acesso à unidade de ensino é complicado por causa da falta de infraestrutura; dentro da escola, problemas prejudicam alunos e professores

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Além dos problemas internos da unidade escolar, é necessário lidar com as péssimas condições de acesso a ela, principalmente nos dias de chuva
Além dos problemas internos da unidade escolar, é necessário lidar com as péssimas condições de acesso a ela, principalmente nos dias de chuva (escola)

SÃO LUÍS - A Unidade de Educação Básica (UEB) Governador Jackson Lago, localizada na Cidade Operária, em São Luís, é mais uma que se soma às várias unidades da rede municipal de ensino em péssimo estado de conservação. Desde a sua criação, a escola nunca passou por uma reforma e acumula uma série de problemas que inviabilizam as atividades educacionais.

Inaugurada em outubro de 2012, na gestão do ex-prefeito João Castelo, a UEB Governador Jackson Lago é uma das maiores da região da Cidade Operária, atendendo crianças de seis a 14 anos de idade. Ao mesmo tempo, ela é uma das mais penalizadas com o descaso da gestão municipal no que diz respeito à conservação das escolas.

Transtornos
Os problemas da escola começam logo na sua entrada. A principal via de acesso, a Rua 17 da Unidade 101 da Cidade Operária, não tem asfalto e uma cratera se formou exatamente em frente à entrada principal do prédio.

O tráfego de veículos é intenso pelo local e, sem ter outras opções, os motoristas têm de trafegar pela calçada da escola para fugir dos buracos da via, o que aumenta a possibilidade de serem registrados acidentes. Como o período chuvoso ainda está em vigência na cidade, uma grande quantidade de lama se espalha por toda a região, comprometendo ainda mais a travessia das pessoas.

Na área externa da escola, já se percebe que ela não é bem cuidada pelas autoridades competentes. Uma grama alta cobre grande parte de uma área que poderia ser utilizada para a construção de uma quadra poliesportiva para os estudantes.

Dentro da escola, os problemas são os mais diversos, como falta de iluminação, material escolar e professores. Rachaduras nas paredes e goteiras no teto completam o cenário caótico da escola. Falta até mesmo a merenda escolar.

Diante dos problemas, sobram reclamações dos pais dos alunos. “Quando a chuva está muito forte, os professores tiram os alunos de dentro da sala por causa das goteiras. Não sabemos mais o que fazer e estamos nessa luta”, disse a autônoma Nelma Freitas, que é mãe de aluno.

Ela afirmou também que a falta de ventilação dentro das salas de aula prejudica os estudantes. “Estou cansada de vir buscar meu filho com dor de cabeça aqui na escola por causa do calor, que é insuportável”, afirmou.

Autoridades
A situação da escola já é de conhecimento do Ministério Público. De acordo com a geógrafa Leonora Rodrigues, um ofício foi encaminhado na semana passada para a Promotoria da Educação, solicitando soluções para os problemas da unidade de ensino. “Se não cobrarmos muito, isso nunca vai ser resolvido”, relatou. Ela denunciou ainda a ausência de professores para as crianças com necessidades especiais.

Quando a chuva está muito forte, os professores tiram os alunos de dentro da sala por causa das goteiras”Nelma Freitas, mãe de aluno

Na manhã de ontem, os conselheiros tutelares da Cidade Operária, Pedro Viana e Wilton Martins, estiveram pela segunda vez na unidade de ensino e constataram os problemas da escola. “A direção da unidade diz que já encaminhou ofício para a Semed [Secretaria Municipal de Educação] solicitando providências, mas até o momento não obteve retorno satisfatório”, disse Pedro Viana.

Ele afirmou também que novamente o Ministério Público e, desta vez, a Comissão de Educação da OAB-MA serão acionados para que eles intervenham junto à Prefeitura de São Luís para solucionar os problemas da UEB Governador Jackson Lago.

O Estado entrou em contato na manhã de ontem com a Prefeitura de São Luís em busca de um posicionamento a respeito da unidade de ensino, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi obtida.

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