BRASÍLIA - Nos últimos meses, mobilizações contra as reformas propostas pelo governo de Michel Temer (PMDB) têm crescido por todo Brasil. Diversas categorias alegam um retrocesso em direitos fundamentais conquistados ao longo do tempo. Para esta sexta-feira (28), uma greve geral promete parar serviços essenciais, como os transportes de massa. A lista de entidades que prometem fazer parte do movimento deve crescer até o final da semana.
Segundo os sindicatos, espera-se que a greve seja geral, com o objetivo de unir diferentes categorias profissionais em vários Estados da federação em prol de uma única causa. Às vésperas das votações das Reformas Trabalhista e Previdência, na próxima segunda-feira, 1º de maio, quando é celebrado o Dia do Trabalho, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) planeja um ato político na Avenida Paulista.
A lista de entidades que prometem fazer parte do movimento deve crescer até o final da semana
Na capital paulista, já declararam paralisação os sindicatos dos metroviários, dos motoristas de ônibus, dos motoboys, dos bancários, metalúrgicos e dos trabalhadores da limpeza urbana. Professores da rede estadual, municipal e da rede privada também paralisarão suas atividades na sexta. Além do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Previdência e Assistência Social. Os ferroviários e os funcionários dos Correios já têm reunião marcada para discutir a pauta.
As Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão um ato, marcado para 17h, que partirá do Largo da Batata, seguindo em caminhada até a casa do presidente Michel Temer.
No Rio, o ato está marcado para 14h na Assembleia Legislativa (Alerj), com uma caminhada até a Cinelândia, passando pela candelária.
“Tendo como concentração a ALERJ, que foi palco de grandes mobilizações das categorias do serviço publico estadual, daremos a este dia um caráter de luta. A agenda reacionária imposta pelo governo nos coloca a necessidade de darmos respostas mais duras na conjuntura”, diz o evento do Facebook, organizado pela SEPE, MUSPE, fórum dos Servidores Públicos Federais, Frente Povo sem Medo e a Frente de Esquerda Socialista, convocando para a manifestação.
Sindicatos em Minas Gerais, Espírito Santo, Amazonas, Pernambuco/Paraíba, Bahia, Duque de Caxias (RJ) e Ceará/Piauí também declararam adesão à greve.
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Se consolidada, essa será a primeira greve desde a paralisação de 1996, no primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que ia contra a flexibilização de direitos trabalhistas, o desemprego e a política de privatização apresentada pelo tucano. A maior greve geral já realizada no Brasil aconteceu em 1989. Entre os dias 14 e 15 de março, 70% da população economicamente ativa do país teria paralisado suas atividades, segundo levantamento feito pelas centrais sindicais na época — o Brasil tinha mais de 59 milhões de trabalhadores.
Aeroviários ficarão em “estado de greve”
Pilotos, co-pilotos e comissários de voo definiram em assembleias realizadas nesta segunda-feira, 24, em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Brasília e Porto Alegre entrar em “estado de greve” nos aeroportos. Em comunicado, o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) destaca que o "estado de greve" é um alerta aos governantes e parlamentares de que a qualquer momento a categoria poderá deflagrar uma greve geral.
O SNA ressalta que a Proposta de Reforma Trabalhista traz enormes riscos à profissão de pilotos e comissários, impactando inclusive na segurança de voo.
Serviços do Judiciário e do Ministério Público poderão ser afetados em alguns Estados. A adesão de trabalhadores de tribunais e fóruns da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Pará já está confirmada.
Também no Pará, São Paulo e Minas, os policiais civis já informaram que só atenderão ocorrências de emergência. Sindicatos de outros Estados também foram convocados pela Cobrapol (Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis) para aderir ao movimento.
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