Delação

Zé Reinaldo Tavares aparece em lista da Operação Lava Jato

Ministro Luiz Edson Fachin, do STF, autorizou abertura de inquérito à PGR contra o socialista, que foi delatado por chefe de esquema de propina da Odebrecht

Ronaldo Rocha da editoria de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h39
José Reinaldo foi citado por chefe de propinas
José Reinaldo foi citado por chefe de propinas

O deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB), ex-governador do Maranhão, é um dos investigados na Operação Lava Jato. O nome do parlamentar apareceu na lista em que há como investigados, nove ministros, três governadores, 29 senadores e 42 deputados federais.

Ulisses Martins foi procurador-geral de Tavares
Ulisses Martins foi procurador-geral de Tavares

A investigação se dá com a autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato, à Procuradoria Geral da República (PGR) de abertura de inquérito.

Além de Zé Reinaldo, o ministro do STF também autorizou investigação contra o advogado Ulisses César Martins de Sousa.

A investigação contra o socialista toma por base, fatos relacionados ao período em que ele exercia o comando do Executivo Estadual no Maranhão. Ele ficou no Governo de 2002 a 2006.

Ulisses, que também preenche a lista do STF, atuava como procurador-geral do Estado na gestão Zé Reinaldo.

O ex-governador do estado e o advogado fazem parte de um total de 108 alvos dos 83 inquéritos que a PGR encaminhou ao STF com base nas delações dos 78 executivos e ex-executivos do Grupo Odebrecht.

O presidente do Senado Federal, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (PMDB- RJ), também estão na lista.

O presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado da República, senador Edison Lobão (PMDB), também aparece como um dos citados na lista.

Remessa - A abertura de inquérito contra os investigados autorizada por Fachin, toma por base a chamada “lista do Janot”, que além dos 83 alvo, possui 211 pedidos de remessa de trechos das delações que citam pessoas sem foro no STF para outras instâncias da Justiça, sete pedidos de arquivamento e 19 outras providências.

O relator da Lava Jato também autorizou a investigação, no próprio STF, de um ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), de governadores e de 24 outros políticos e autoridades que, embora não tenham foro no tribunal, estão relacionados aos fatos narrados pelos colaboradores/delatores.

Outro lado

Por meio de nota, o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) disse que “sua equipe está apurando as informações divulgadas pelo ‘Estadão’ e que no momento não irá se pronunciar sobre as investigações. Munido de dados e confirmada a abertura do inquérito, o parlamentar irá prestar todos os esclarecimentos necessários”.

Zé Reinaldo foi delatado por chefe de esquema

A delação que resultou na abertura de inquérito contra o deputado federal José Reinaldo Tavares (PSB) foi concedida à Justiça João Antônio Pacífico Ferreira, Raymundo Santos Filho e Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, chefe do “Departamento de Propina” da Odebrecht.

Pela delação, Ulisses César Martins de Sousa, na qualidade de Procurador-Geral do Estado do Maranhão, “solicitou vantagem indevida ao Grupo Odebrecht para facilitar o pagamento de valores devidos à empresa decorrentes de contrato administrativo. O pagamento da propina foi efetuado por meio do Setor de Operações Estruturadas, mencionando-se, inclusive, remessa de recursos financeiros ao exterior sem o cumprimento dos requisitos normativos”.

O despacho do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) acrescentou, em seguida, a relação de Zé Reinaldo na irregularidade investigada.

“Acrescenta-se que o Procurador-Geral exercia cargo de intensa confiança do então Governador do Estado do Maranhão, José Reinaldo Carneiro Tavares, bem como que a expressividade econômica do contrato e a facilidade de adimplemento experimentada após o pagamento da propina, na visão do Ministério Público, sugerem a possível conivência do então mandatário do Executivo, circunstância que demanda apuração aprofundada”, destacou.

José Reinaldo Tavares pleiteia uma vaga no Senado da República na eleição 2018.

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