SÃO LUÍS - O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho afirmou na sexta-feira, 24, em São Luís, que o seu ministério, diante da crise hídrica e da situação dos rios no Maranhão, está priorizando programas no Estado com a aplicação de R$ 76 milhões, em ações de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente- APPs para Produção de Água, planos de manejo e infraestrutura dos parques nacionais, apoio às comunidades tradicionais, combate à desertificação, programas de dessalinização, criação de Comitês de Bacias, combate ao desmatamento e programas de desenvolvimento sustentável, entre outros.

Sarney Filho adiantou que a sua pasta também contará, em 2017, com R$ 7.6 milhões de emendas parlamentares da bancada do Maranhão - individuais e emendas de bancada, destinadas ao Programa Água Doce, e projetos de Resíduos Sólidos para acabar com os lixões que comprometem a qualidade da água nos lençóis freáticos.

O Seminário de Revitalização dos Rios Maranhenses e Suas Nascentes aconteceu no auditório Alberto Abdalla, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), localizada na Avenida Daniel de La Touche, na Cohama. Com programação que durou o dia todo, foram discutidos temas como segurança hídrica das bacias hidrográficas para a sustentabilidade, despoluição das bacias hidrográficas, gestão de recursos hídricos, metas do plano nacional de recursos hídricos para o estado do Maranhão entre outros.

O evento foi realizado pelo Instituto Cidade Solidária, senador Roberto Rocha (PSB), Ministério do Meio Ambiente, Agência Nacional de Águas (ANA) e o MEA- Movimento Ensinando e Aprendendo. Sarney Filho proferiu a palestra “Água, Floresta e Clima na agenda ambiental do Ministério do Meio Ambiente”.

O deputado estadual Adriano Sarney participou do seminário e demonstrou preocupação com a situação hídrica do Maranhão, devido a escassez de água em várias regiões e o assoreamento e a poluição que atinge os principais cursos d’água que cortam o estado. Qualidade e quantidade

Em sua fala de abertura, o ministro Sarney Filho ressaltou que é preciso melhorar a qualidade e a quantidade das águas nos rios maranhenses. “A qualidade da água dos rios fica comprometida pelo derramamento de esgoto em seu leito e o descarte irregular de lixo em suas margens. Já a quantidade será garantida com políticas de recuperação da sua mata ciliar e que evitem o assoreamento. Por isso é preciso debater esta questão para que os entes federados [Município, Estado e União] atuem juntos para resolver o problema”, disse.

O seminário teve a presença de representantes do poder público, da sociedade civil organizada e de especialistas na área. Vicente Andreu, presidente da Agência Nacional de Águas (ANA) disse que falta ao brasileiro a cultura de preservação da água no Brasil. “As recentes crises hídricas despertaram a população para a importância da manutenção de mananciais e lençóis freáticos, mas ainda não temos consolidada a cultura de preservação dos recursos hídricos. Isto ainda é algo que precisamos trabalhar na sociedade”, afirmou.

Bacias
A situação de muitas bacias é preocupante por causa da poluição e do assoreamento. No dia 31 de dezembro de 2012, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema) assinou um convênio com o Fundo Nacional do Meio Ambiente para financiamento da elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos, mas a situação dos rios pouco mudou desde então.
O Itapecuru é um dos principais rios do estado. Com aproximadamente 1.500 quilômetros de extensão, nasce no sul do Maranhão, corre para leste e deságua na baía de São José, no golfo maranhense. A largura do rio varia de 50 a 120 metros. O Rio Itapecuru abastece 75% da população de São Luís, além de outras cidades como Caxias. Em Caxias, já existe estação de tratamento de esgotos, mas o tratamento é feito em esgotos de apenas três bairros da cidade o que contribui para a poluição do rio.

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