A história musical do Maranhão é o tema de um minicurso que ocorrerá hoje e manhã, na Escola de Música do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo (Emem). As aulas, abertas aos interessados no tema, serão ministradas pelo professor e pianista Daniel Lemos. As inscrições podem ser feitas na sede da escola (Praia Grande), gratuitamente. Serão duas turmas, sendo uma pela manhã, das 9h às 12h e outra à tarde, das 14h às 17h.

No curso, os alunos receberão informações que vão desde a época do Maranhão Colônia, quando a música era muito ligada à Igreja; a presença dos africanos no fim do período colonial, bem como o cenário do Maranhão Imperial até a chegada da República. Nomes como Antonio Luiz Miró, Francisco Libanio Colás, Ignácio Cunha, Elpídio Pereira, João Nunes, Adelman Corrêa, Lilah Lisboa de Araújo, José Ribamar Belo Martins, Adelmana Torreão e Olga Moana são alguns dos que terão seus trabalhos tratados pelo professor.

Daniel Lemos explica que o curso tem relação com sua pesquisa de doutorado, que foca na música e nos artistas maranhenses ou que moraram e produziram aqui desde a época pré-colombiana até a década de 1950. O professor relata que o Maranhão foi, no século XIX, um polo cultural. “No Império, com a construção do Teatro Arthur Azevedo, que este ano celebra 200 anos de existência sendo considerado o terceiro teatro mais antigo das Américas – perdendo apenas para a Casa Ópera, em Minas Gerais e outro nos Estados Unidos -, muitas companhias líricas vindas de países da Europa, dos Estados Unidos e até mesmo do Japão se apresentavam aqui”, diz o professor.

Ele relata que esta atividade cultural mobilizava a cidade, que chegava a ter três apresentações de companhias líricas por semana no século XIX. O professor explica que isto fazia com que o mercado de música fosse aquecido em São Luís, pois existia uma orquestra formada para acompanhar as companhias que vinham de fora, com muitos músicos e professores de música. “Com o passar do tempo, isto foi mudando e decaindo muito por conta da falta de investimentos do poder público que não criou conservatórios, orquestras e até mesmo as escolas de música são bem recentes”, atesta Daniel Lemos.

Perfil

Daniel Lemos é pianista, professor de música e pesquisador. É mineiro e há nove anos está radicado em São Luís, onde é professor adjunto do Departamento de Artes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Foi professor substituto de Piano na Universidade Estadual do Maranhão (Uema) em 2009. Está cursando doutorado em Práticas Interpretativas na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Unirio).

Tem artigos publicados nos principais anais e periódicos acadêmicos de música do Brasil. Recentemente, publicou o artigo “Uma edição diplomática do Hymno (1826) de Raimundo José Marinho” na revista Debates, que traz a partitura da obra mais antiga encontrada até hoje no Maranhão. Publicou também o livro digital “Auto-Arte: memórias de um blog musical”, que conta com uma seção dedicada à História Musical do Maranhão e dois livros com 128 edições críticas de partituras para piano de compositores maranhenses.

Em 2006, foi premiado no I Concurso de Interpretação Musical de Francisco Beltrão (PR) e no V Concurso de Piano Cora Pavan Capparelli de Uberlândia (MG). Tem formação em nível técnico de piano pela Academia de Música Lorenzo Fernandes (RJ), bacharelado e mestrado em piano pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Serviço

O quê

Minicurso História da Música no Maranhão

Quando

Hoje e amanhã

Onde

Escola de Música Lilah Lisboa de Araújo, Praia Grande

Inscrições

Gratuitas, na sede da Escola de Música

Informações

Pelo telefone 3218-9941

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.