Coluna / Panorama Político

'Juntos, venceremos'

Ilimar Franco / Amanda Almeida (interina)

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

Líderes de partidos da base do governo querem apresentar uma proposta única de alteração da reforma da Previdência. A ideia foi acordada em jantar com o presidente Michel Temer, na segunda-feira. Embora todos queiram a paternidade de regras mais suaves, o raciocínio é que, pulverizados, os governistas correm o risco de perder, em plenário, para uma proposta alternativa da oposição, que ganharia um novo discurso para 2018.

Os sinais do Renan e do PMDB
Renan Calheiros jogou com as palavras ontem para criticar o governo Temer. Disse que a política deve ser compreendida pelos sinais que emite e que, se o presidente não faz essa leitura, está equivocado. Os sinais que Renan emitiu ao se opor ao Planalto foram claros: ele lidera uma reação da bancada à perda de espaço no governo para o PSDB e para deputados ligados a Eduardo Cunha. E usa a reforma da Previdência como arma de retaliação. Disse que o partido ficará em "assembleia permanente", e que essa não será a "reforma definitiva". Exemplificou: "Só quem não conhece o Nordeste acredita que um trabalhador rural pode se aposentar aos 69anos."

Na ponta da língua
A cúpula do PMDB já tem discurso pronto para a aprovação da anistia ao caixa 2. Diz que a ideia pouco difere da repatriação de recursos, com a segunda rodada prestes a ser aprovada no Senado. "É também uma espécie de anistia. Não se sabe a origem do dinheiro", diz um senador.

Dono da bola
O tom impositivo do ministro Henrique Meirelles, ao anunciar que o governo poderá elevar impostos para cumprir a meta fiscal, deixou políticos e empresários com uma certeza: ele governa em 2017 e, a cada dia, asfalta mais um metro da estrada para uma candidatura alternativa em 2018. Sem José Serra na Esplanada, Meirelles já não tem sequer contraponto no governo.

Ação e reação
A ala nordestina da base de Temer quer que o governo reaja à tentativa do PT de faturar com a transposição do São Francisco. Sugere a realização de uma ampla campanha, dizendo que o presidente foi o responsável por fazer andar obra, que se arrastava na gestão petista.

À espera dos dados oficiais
O governo foi cobrado pela presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Marina Grossi, sobre o fim do desmatamento na Amazônia Legal. Na reunião do Conselhão, o presidente Temer passou a bola para Sarney Filho (Meio Ambiente), que prometeu divulgar, em breve, dados positivos.

Dupla encrenca
Ex-dirigentes da Camex aparecem em relatórios da PF. Na Lava-Jato, pelo aval a contratos da Odebrecht em Angola, entre outros. Na Zelotes, por suspeitas na aprovação de medidas provisórias, como a MP 471/2009, que beneficiou montadoras de veículos.

Perdas e danos
Deputados do DEM estão bravos com o presidente da Câmara e correligionário, Rodrigo Maia, por terem perdido a Procuradoria da Casa e uma suplência na Mesa, em acordos pela reeleição. Sem os postos, ficaram sem cargos comissionados.

Embora Temer diga nas redes que "providencia fundo de combate à violência contra a mulher", o projeto segue travado por deputados religiosos.

Com sucursais e correspondentes
panoramapolitico@oglobo.com.br

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