Coluna / Panorama Político

Ação pela transparência

Ilimar Franco

Atualizada em 11/10/2022 às 12h40

A Casa Civil terá de intermediar conflito no governo sobre a divulgação da lista suja do trabalho escravo. Em linha contrária ao que defendem o Ministério do Trabalho e a Advocacia-Geral da União, a secretária Flávia Piovesan (Direitos Humanos) promete bater à porta de cada ministro do TST para pedir que decidam pela publicação dos nomes de empresas flagradas com empregados em condição análoga à escravidão.

Múltipla pressão
A divulgação da lista suja do trabalho escravo está suspensa desde que foi questionada no STF por empregadores da construção civil, em 2014. O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, criou um grupo para elaborar novas regras para a publicação. Internamente, tem dito que a lista é "desastrosa para a economia", já que causa dano à imagem das empresas, que não teriam amplo direito à defesa. Além da pressão na Justiça, Flávia Piovesan irá à Casa Civil, com a ministra Luislinda Valois (Direitos Humanos), insistir que o governo compre a briga pela divulgação. "É um retrocesso no combate a esse crime. Descumpre compromissos internacionais", diz Piovesan.

Pânico
O fato de a imprensa ter providenciado HDs para receber no STF o conteúdo das delações da Odebrecht abalou o Congresso. Durante todo o dia assessores do tribunal foram procurados para confirmar a data da divulgação, esperada apenas para a semana que vem.

Controle total
O ministro Blairo Maggi (Agricultura) defendeu, na reunião do Conselhão, na terça-feira, a importância da regularização fundiária. No Planalto, o discurso dele foi visto como mais um movimento para atrair a Secretaria de Desenvolvimento Agrário, hoje vinculada à Casa Civil, para o guarda-chuva de sua pasta.

Ordem unida
Avança na Câmara o debate sobre a unificação das polícias Civil e Militar. Uma comissão especial analisa a proposta de manter funções e carreiras separadas, mas sob comando único, como na maioria dos países. A discussão atinge interesses de parlamentares que têm nas PMs seu reduto eleitoral.

Comboio aéreo
Parlamentares nordestinos espernearam com o governo: receberam convite para a inauguração de trecho da transposição do São Francisco hoje, mas não um meio de se deslocar pelas cidades por onde Temer passará. Coube ao ministro Antonio Imbassahy a solução: pediu helicópteros aos governos de Pernambuco e da Paraíba.

Bandeira branca
Os governadores Marconi Perillo (Goiás) e Geraldo Alckmin (São Paulo) uniram-se para adiar o julgamento de ação no STF em que o paulista questionava incentivos fiscais do governo goiano. Pode ser o início de uma aliança eleitoral.

Por dentro do assunto
Jorge Hage, controlador-geral da União no governo Dilma Rousseff, vai dar uma aula sobre a operação Lava-Jato a petistas. Estará em uma reunião do diretório do partido, no próximo dia 24, para falar o que a investigação tem feito ao Brasil.

Amigos de José Serra não veem em seu desânimo uma inapetência pela política. Ao contrário. Dizem que ele quer voltar ao Palácio dos Bandeirantes.

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